Por Túlio Velho BarretoCientista Pol?tico e Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, colaborador frenqüente do Blogtúlio@fundaj.gov.brO debate começou nervoso.
Até o apresentador Francisco José esteve nervoso, principalmente no primeiro bloco, que teve um formato que propiciou um debate mais “quente??? do que eu esperava.
Mas foi fogo de palha.
Logo o clima ficou ameno.
E assim permaneceu até o final.
No começo, sorteado para fazer a primeira pergunta, Humberto Costa escolheu e partiu para cima de Mendonça Filho.
O tema sorteado foi saúde.
Verdadeira faca de dois gumes.
Mas deu empate na única oportunidade em que houve confronto direto entre dois dos três principais candidatos (Mendonça Filho, Eduardo Campos e Humberto Costa).De fato, Mendonça Filho só fez pergunta a Ed?lson Silva e, sobretudo, a Clóvis Corrêa, a quem fez pelo menos três perguntas.
Em nenhum momento Mendonça Filho enfrentou diretamente seus dois principais adversários (Humberto Costa e Eduardo Campos).
Evitou dar a chance aos dois.
No entanto, aproveitou as réplicas das respostas às perguntas que fez a Ed?lson Silva e Clóvis Corrêa para provocar e atacar Humberto Costa e Eduardo Campos, em especial o segundo.
Assim, conseguiu fugir do debate mais “quente??? e do fogo direto.Já Humberto Costa e Eduardo Campos estiveram afinados.
Fizeram perguntas entre si, mas evitaram qualquer choque.
Mostraram que mesmo disputando uma vaga no segundo turno voto a voto estão mais próximos do que muitos poderiam imaginar.
Certamente, cumprem o que presidente-candidato Lula tem pedido a eles: entendimento no primeiro turno e aliança no segundo.
E ambos pensam no apoio de Lula em uma eventual disputa no segundo turno contra Mendonça Filho.Quanto aos demais candidatos houve altos e baixos.
Clóvis Corrêa aproveitou bem a chance de ser franco-atirador, mas atacou principalmente Mendonça Filho.
Saiu-se bem, conversando com os telespectadores, usando sempre uma linguagem direta e simples.
Rivaldo Soares atacou e provocou a todos os principais candidatos, inclusive Eduardo Campos e seu vice, João Lyra Neto, diferentemente do debate anterior.
Da mesma forma, Ed?lson Silva, dessa vez, não atacou e provocou apenas Mendonça Filho.
Atirou em direção a Humberto Costa e Eduardo Campos, questionando insistentemente o palanque deste último.
Causou mal-estar aos três principais candidatos.
Sem distinção.Enfim, se no debate anterior Mendonça Filho foi o único alvo, agora, os coadjuvantes atacaram igualmente Humberto Costa e Eduardo Campos.
E, mais uma vez, a polarização central ficou entre o governador Mendonça Filho e o socialista Eduardo Campos.
Apesar do esforço, Humberto Costa ficou novamente à margem.
E, como não sofreu o mesmo bombardeio do debate anterior, e porque compareceu mais uma vez, se não pode se considerar vencedor, o governador Mendonça Filho, dessa vez, também não perdeu.
Aliás, como os temas e as abordagens foram as mesmas dos últimos dias, parece que nenhum dos três saiu ganhando ou perdendo.
E, assim, a disputa continua nos próximos dias… *Cientista pol?tico e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Túlio Velho Barreto, 48, é um dos autores dos livros “Democracia e Instituições Pol?ticas Brasileiras no final do Século XX??? (MCP-UFPE/Bagaço, 1998) e “Nordeste 2004 - O Voto das Capitais??? (Fundação Konrad Adenauer, 2005).
E co-organizou e participou dos livros “Na Trilha do Golpe - 1964 revisitado??? (Editora Massangana, 2004) e “A Nova República - Visões da redemocratização??? (Cepe/JC, 2006), que resultaram de séries especiais publicadas pelo Jornal do Commercio em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco.
Explicação: estamos com problemas técnicos, por isso atrasamos o relógio.
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