Esta degravação foi feita pelo próprio Saulo Batista. (Chegando ao local da festa, numa residência em Campo Grande, quando, na entrada da casa, encontro uma assessora da Campanha de Milton Coelho).
Assessora:Oi, tudo bem?
Saulo:Opa!
Milton ta a??
Assessora:Ta, ta a? em cima.
Caminho até uma escada que me leva a parte superior da casa onde a musica esta tocando, varias pessoas conversando, chegando lá encontro com Simone Coelho, que me cumprimenta com dois beijinhos.
Simone Coelho:Deixa eu apresentar Milton a tu. (Simone Coelho me conduz até Milton Coelho e me apresenta a ele) Simone Coelho:Este é o Saulo Saulo Batista:Tudo bom Deputado?
Milton Coelho:Saulo, tudo bom, meu filho?
Milton Coelho decide que é melhor conversarmos na parte de baixo da casa, pede ao seu assessor Rubens que pegue um celular que estava no carro.
Somos conduzidos pela dona da casa até o andar de baixo, ela nos sugere que conversemos num quarto, onde o artista transformista Marc?lio Montier estava se preparando para a apresentação que logo mais faria durante a festa.
Dona da Casa:Olha, eu vou mandar Marc?lio sair do quarto.
Milton Coelho:Não, não precisa. (Milton Coelho me olha, esperando minha reação, pra saber se concordo com a sugestão) Saulo Batista:É, aqui mesmo, pode ser, conversa aqui mesmo. (me referindo a sala da casa) Dona da Casa:Eu boto pelo menos o ventilador pra vocês.
Dona da Casa:Você conhece Marcilio, né não?
Você ta sabendo né?
Milton Coelho:Vai dar (um show) hoje, é?
Dona da Casa:Olha pra aqui. (bate na porta e nos conduz ao quarto onde o Marcilio Montier se preparava para o show) Dona da Casa:Não é melhor pra vocês aqui, não? (aponta pra Marc?lio Montier, que se maquiava) Dona da Casa:Olha quem está aqui!
Trabalhando pra você (Milton Coelho).
Milton Coelho:Ah!
Ele já trabalhou pra mim uma vez.
Tudo bom, meu amigo?
Marcilio Montier:Tudo bom, tudo bem?
Dona da Casa:Tu queres ficar aqui (no quarto) pra conversar?
Milton Coelho:Não, não, eu converso aqui (na sala).
Dona da Casa:Vou botar um ventilador pra você.
Vamos.
Milton Coelho:Nem precisa "Doris". (ventilador) Dona da Casa:Tu não queres não, é?
Milton Coelho:Não, não é que eu não queira.
Milton Coelho:Agora, sem quere abusar de sua hospitalidade, me consegue um copo d´água, que eu to tomando um remédio que me dá uma sede… Dona da Casa: Agora, so tem gelada, viu?
Milton Coelho:Pode ser, não tem problema não.
Dona da Casa:Você se incomoda de tomar da garrafa?
Milton Coelho:Eu tomo em qualquer lugar.
Milton Coelho: (agora olhando pra mim)Veja bem, você procurou Simone (Coelho) e, de principio, eu fiquei meio arredio, né?
Você deve ter percebido, eu pensei assim "eu não vou falar com ele, porque eu não conheço o rapaz".
Acontece que nos estamos vivendo um momento de muito…muita fiscalização, muito policiamento.
Essa campanha ta sendo muito…
Somos interrompidos pela chegada de pessoas da comunidade para a festa da campanha que estava acontecendo no andar de cima.
Milton Coelho:Veja, eu constru? a minha carreira pol?tica na rua, defendendo as minhas idéias, defendendo as coisas que eu sei, indagando, trabalhando com Arraes a vida inteira, certo?
Eu não lhe conheço.
Essa é uma campanha que ta todo mundo retra?do, ninguém quer ajudar ninguém, e, de repente, eu me exponho numa conversa com alguém que eu não conheço.
Mas depois, você conversou com Simone e tal, a campanha esta precisando realmente de um fôlego, estamos na reta final, e, acho que eu vou poder fazer muito mais por vocês, pelas empresas, queria só que você me historiasse um pouco como vocês chegaram ate mim, como isso se deu.
Saulo Batista:Ta ok, vou lhe historiar isso.
Eu venho da militância da esquerda.
Eu fui Diretor da UNE, fui Tesoureiro da UNE, entendeu?
Ou seja, eu venho de uma militância de esquerda também.
E, uma informação nossa, que nos obtivemos de dentro da Petrobras, na verdade, posso lhe dizer, que não foi nem da Petrobrás, foi da SECOM, o Giovani (Giovani Xavier Moreira), da Diretoria de Patroc?nios da SECOM, nos passou a seguinte história quando nós contamos a ele que o nosso projeto estava lá "esse tipo de projeto só está sendo aprovado, agora, nesse per?odo eleitoral, ou, se está dando prioridade aos aliados, quer dizer…isso a? é normal, principalmente num projeto do montante que ele é, que é um projeto de R$ 5.2 milhões, na área de patroc?nio, na área de patroc?nio de eventos esportivos da Petrobras, ele não vai sair nesse per?odo eleitoral sem o respaldo de um aliado.
A principio, quando nos chegou isso, meu primeiro "reflexo" foi procurar uma majoritária, tanto é que eu conversei com Romero, estive com Romero Pontual, acredito que você deve ter conferido essa informação (ele faz sinal que sim com a cabeça), estive com Romero, Romero Pontual, inclusive, na época, a gente tava ate com mais folga, e negociamos inclusive um valor ate maior maior, nos negociamos com a majoritária, você pode ate ver isso a?, que nós dar?amos R$ 1 milhão pra majoritária, caso ela viabilizasse essa questão.
O problema é que a forma como foi encaminhado, não foi do agrado da empresa, porque o Romero…nem sei se é ele a pessoa que trata sobre isso…me parecia que era ele…mas depois me veio que ele tratava apenas CHESF, que outras empresas estatais… ele não tinha acesso direto na Petrobras…ele passou pra Pedro Mendes, e Pedro Mendes atuou de forma…ele procurou um lobbista, que é o Marcilio Cavalvanti, que é um lobbista que trabalha na área de infra-estrutura junto a Petrobras Internacional, junto ao Nestor Cerveró que é o Diretor Internacional, ou seja, se fosse pra procurar um lobbista, nos mesmo poder?amos ter feito isso, não era esse o interesse, ate porque um lobbista cobra um preço que precisa você aumentar tanto o valor que aumenta o risco de se ter algum "acidente", você pega um eveto de 4 e 200, 5 e 200 e sobe pra 7 ou 8, já começa a despertar um interesse, principalmente porque, como o Deputado já falou, esse é um momento em que esta havendo uma fiscalização, um policiamento muito grande em relação a liberação de verbas publicas, não é uma coisa que "acontece e foi".
Essa leniência, essa forma de operar, ela gerou ainda uma maior resistência, tanto é que nos tivemos acesso a um parecer do Cláudio Tompson, que era Diretor…porque, na verdade era assim, bastava que alguém da Coordenação de Eduardo, ou o Danilo (Danilo Cabral) ou o Romero (Romero Pontual), ou não sei quem é a pessoa respaldada pelo partido pra fazer isso pelo partido ligasse…nos demos até o nome e o telefone, do Wilson Santarosa, que é o Diretor de Patroc?nios…Diretor de Comunicação da Petrobrás, que era a pessoa que estava responsável por tomar essa decisão, so que a coisa ficou tão esparsa, ta difusa, tão solta, que, acabou que a gente teve acesso a um parecer que a Petrobras diz "não, momentaneamente não temos interesse em fazer, ou seja, a data prevista, que era o dia 21 de outubro, que era o GP Brasil de Formula 1, a Petrobras, o Cláudio Tompsom, que é o Presidente da Comissão que faz essa questão da Petrobras Esporte Motor, já descartou a possibilidade de realizar agora.
Mas, nossa informação é que isso não descarta a possibilidade de ser feito posteriormente.
Inclusive isso foi uma sugestão da Simone, ela disse "operar isso agora, durante o per?odo eleitoral, é algo que é muito complicado, principalmente porque ela me explicou que o senhor seria a pessoa que estaria bombardeando o governo nesse momento, realmente eu não estou acompanhando a campanha no estado e não tenho nem conhecimento nisso a?, mas ela me pareceu meio reticente com essa…porque o senhor estaria na linha de frente do combate com o pessoal que é a atual gestão do governo.
Foi o que ela me propôs, que, a gente poderia pactuar agora, contanto que não precisasse ser feito agora, ate para não expor ninguém a riscos desnecessários.
Mandar isso pra janeiro, fevereiro, alguma coisa nesse sentido.
Foi o que a Simone conversou comigo.
Milton Coelho:E o teu projeto já tramitou lá dentro, já ta…?
Saulo Batista:Não, ele não tem todos os tramites…ele precisa da aprovação da Diretoria Comercial agora, porque…na verdade, a Petrobras não precisa licitar isso a?…o que é que ela faz?
Ela tem uma verba destinada a esses programas, como o programa cultural…como a CHESF.
O que acontece…ela aprovando, tendo orçamento, ela vai adequar logicamente ao orçamento, ate porque essa verba ta escalonada…vai adequar ao cronograma do orçamento dela, um valor como esse ela não vai pagar a vista, vai adequar aos cronogramas dela, e manda pra SECOM.
Só que a informação que nós temos é de que a Petrobrás, como ela trabalha com "recursos próprios", depois que chega na SECOM , a SECOM raramente… ela não tem esse… Milton Coelho:Não decide sobre isso.
Saulo Batista:Não decide nada, ela simplesmente passa pra frente.
Mas é como…vocês aqui já tem experiência por causa da CHESF, a partir de 50 mil tem de mandar pra SECOM.
Milton Coelho:Não é o caso da Petrobras, é?
Saulo Batista:Não.
Ela tem de mandar pra SECOM, mas a SECOM não tem o costume de interferir nessa decisão, se a Petrobras decide que é de seu interesse e cabe no orçamento, a SECOM simplesmente formaliza… Milton Coelho:E esse projeto já foi aprovado no âmbito interno da Petrobras?
Saulo Batista:É exatamente nesse sentido que nos precisamos de um apoio, pra aprovar no âmbito interno da Petrobras, porque, como o valor é alto… vou te dar um exemplo claro…esse projeto já tentou entrar uma vez a 3 anos atrás, não conosco, mas com outra empresa… ele entrou a 3 e meio, quando chegou pra aprovar, foi tanta gente que se meteu, e foi, aumenta aqui, aumenta ali e esse valor chegou a R$ 13 milhoes.
Ou seja, passar um projeto desse tamanho dentro da Petrobras sem um apoio pol?tico é uma tarefa hercúlea.
A Petrobras não tem passado nenhum… acredito que o Deputado que faz… pelo menos a informação que tivemos é que depois do falecimento de Dr.
Arraes, o Deputado é que ficou responsável por essa articulação e tem conhecimento com é que ta… Milton Coelho:Eu sei.
Saulo Batista:Não tem passado, um valor desse tamanha não ta passando.
Milton Coelho:A sua empresa é a WS?
Saulo Batista:A WS é uma empresa de Comunicação.
A empresa que apresentou esse projeto é a Conceito Consultoria e Sistemas, da qual eu não sou sócio… eu to fazendo essa articulação, mas, formalmente falando eu não tenho ligação com a Conceito.
E…eu acho melhor ate não ter, para que não seja feita a ligação entre a pessoa que esta fazendo essa articulação e o projeto que esta sendo apresentado.
Eu não tenho ligação formal com a Conceito, a pessoa que ta tratando…que trata as questões formais como assinatura do contrato e tal é a Rose Oliveira, de São Paulo.
Milton Coelho:Essa empresa é de São Paulo?
Saulo Batista:Todas elas tem sede em São Paulo.
Tanto a WS, como a Conceito, como a Virtucom.
Milton Coelho:Veja bem o que eu vou dizer pra você, pra gente deixar bem claro…em primeiro lugar eu acho que a minha campanha ta precisando desse impulso, estamos na reta final…em segundo lugar eu acho que posso ajudar nesse encaminhamento…agora você sabe que existe uma taxa de risco de nos não lograrmos êxito… não é que eu não va me empenhar no assunto, porque não é o meu…não é o meu comportamento…vou me empenhar no assunto, acho que tem pessoas que podem me ajudar nisso…ate porque você sabe que existe, porque existe…porque o governo é do PT… e o PT é muito complicado Saulo Batista:Tenho plena convicção disso.
Inclusive a Petrobras ta na mão de um Senador PTista, o Jose Eduardo Dutra, lá de Sergipe.
Milton Coelho:Exatamente.
Entendeu?
Nos tentamos conseguir…a Petrobras ajudou vários candidatos do PT…nos tentamos conseguir uma ajuda pra Campanha de Eduardo aqui em Pernambuco…e eles ficaram empurrando com a barriga, empurrando, empurrando…ate que eles disseram que vão dar depois da eleição porque, sempre fica resto de campanha a pagar, e realmente fica, e ficou nessa historia…então eu assumo o meu compromisso de depois nos procurarmos dar um empurrão nisso…não é uma coisa assim… não é fácil mas também não é muito dif?cil…entendeu…sou Presidente do Partido aqui…sou membro da Direção Nacional do PSB…certo?
Saulo Batista:Na verdade, quando…quando a gente desistiu de tentar com a majoritária, a disposição da empresa era "agora vamos seguir os tramites normais da empresa e a?, se não sair, não saiu", foi quando eu levantei aqui em Pernambuco, ate porque eu sou daqui… Milton Coelho:Atualmente você ta morando em Recife ou São Paulo?
Saulo Batista:Atualmente eu to em Bras?lia.
Eu sou funcionário de carreira dos Correios.
Milton Coelho:Você é funcionário dos Correios, é? (risos) Saulo Batista:Sou funcionário de carreira dos Correios, entendeu?
O que acontece… atualmente eu…eu voltei pra Pernambuco, to esse per?odo aqui…e quando e fiz o levantamento, me disseram que eu estava tratando com as pessoas erradas, porque o Romero Pontual é uma pessoa que nitidamente ele trabalha majoritariamente com a CHESF em n?vel de Governo Federal… Milton Coelho:É, ele não tem nenhuma vinculação fora.
Saulo Batista: face=Verdana>É, ele falou inclusive que as ajudas que vieram pra campanha de Eduardo vieram majoritariamente oriundas da CHESF.
E foi a informação que me passaram, disseram "essa articulação nacional você deve procurar o Milton Coelho".
A? eu até fiquei assim…porque não é normal que um candidato a Deputado Estadual seja a pessoa responsável pela articulação nacional, isso normalmente fica a cargo de um parlamentar federal, como existem vários aqui…mas a? que me chegou a informação que você era o Presidente do Diretório Regional… Milton Coelho:Veja bem, eu seria candidato a Deputado Federal, sou Presidente do Partido e membro da executiva nacional do PSB…depois da morte de Dr Arraes, a fam?lia e alguns setores do partido resolveram lançar a Ana Arraes, entendeu?
Que é a filha do homem e mãe de Eduardo, a? eu, preferi ficar como Deputado Estadual.
Saulo Batista:O partido faz um planejamento ate pra não estar competindo voto entre si…não adianta isso…uma prova de maturidade do partido… Milton Coelho:Como eu tenho projetos futuros de disputar a Prefeitura do Recife, então…pra mim é ate melhor eu ficar aqui…mas eu não perco a minha condição de Coordenação Nacional… mesmo porque eu sou membro da Executiva Nacional do Partido…Eduardo é o Presidente…então, a gente tem uma inserção boa… Saulo Batista:Isso a? já me foi passado por setores do PSB inclusive de fora daqui…com os quais eu tenho interlocução…como por exemplo a Kátia Born, a Wilma do Rio Grande do Norte…as pessoas ligadas a elas com os quais eu tenho interlocução me passaram esse panorama…quando eu lhe procurei…inclusive o senhor me perguntou como eu cheguei ate você…exatamente por referencias que eu tive em outros locais do partido…que me disseram "a pessoa com quem você deveria ter tratado isso a? não era o Romero Pontual… Romero Pontual era se fosse algo na CHESF…eu acho que fora, principalmente sendo algo de fora do PSB, essa articulação institucional com outras forcas, esta a cargo do Milton"…exatamente por isso que eu procurei a Simone, pra conversar com ela, pra gente estar… Milton Coelho:Eu tenho um folder, não sei se você já tem…que, pode te dar essa dimensão…que tem depoimentos de Aldo Rebelho, de Aluisio Mercadante, de Ciro Gomes…pessoal que em n?vel nacional, se não me apóia efetivamente ate porque a situação esta desfavorável…pelo menos, torce por mim… Saulo Batista:Disso não tenho duvida, eu já tive essa informação confirmada por diversas fontes que podem me afirmar isso com certeza.
Milton Coelho:E como é que você quer operar isso, Saulo?
Saulo Batista:A conversa que eu tive hoje com a Simone foi muito nesse sentido…pragmaticamente falando…o montante que ficou acordado foi de R$ 500 mil, que a principio, ate pelas limitações das empresas em estarem doando, eu acho que tem um teto de 2% do faturamento bruto, iria ficar a WS com 150 mil e os outros 350 mil a cargo da Conceito, inclusive a Simone me fez um pedido hoje, porque, me parece que vocês estão com umas despesas e é necessário que esses 150 mil sejam uma doação, como ela chamou "em off"… Milton Coelho:Por fora.
Saulo Batista:Isso mesmo, sem o bônus, por fora.
Milton Coelho:Você tem algum problema com relação a isso?
Saulo Batista:Nenhum.
Eu particularmente não tenho problema nenhum em relação a isso… fui militante e sei muito bem o que é uma campanha eleitoral…não tenho nenhum constrangimento… Milton Coelho:É porque tem algumas coisas como por exemplo a militância…o cara que vai na rua…não tem como a gente pagar pedindo recibo pra ele, porque senão cria uma serie de problemas, vinculo empregat?cio, justiça do trabalho… o pessoal é militante mesmo, mas você tem de alugar carro, tem o dinheiro da gasolina… Saulo Batista:E o dia da campanha mesmo?
Milton Coelho:Tem o dia, né?
Eu já estou trabalhando pra esse Dia D.
Saulo Batista:Como é que vai ficar essa questão de boca de urna?
Porque a Simone me disse que teoricamente não teria, mas a verdade é que vai ter…teve ate uma reunião de vocês, presidentes dos Partidos pra dizer que não teria mas já recebi informação da Simone que todo mundo ta dizendo que não vai ter, mas lógico que vai ter.
Milton Coelho:Vai ter.
Eu mesmo vou fazer.
Vou botar gente na rua.
Porque se você não botar, você fica apagado…todo trabalho que você fez na campanha, isso se dilui no dia…porque o pessoal do PFL…você é Pernambucano você sabe disso… o pessoal da União por Pernambuco é um pessoal que tem muita estrutura, muito dinheiro… então, se você se encolhe dentro de casa…eles não tem preocupação com lei nem com porra nenhuma…eles botam 40, 50 mil pessoas na Região Metropolitana, no meio da rua, e você fica a ver navios…mas, vai ter de ter um pessoal de rua no dia da eleição… Saulo Batista:Qual a perspectiva que vocês tem pra eleição de Eduardo?
Milton Coelho:Eduardo vai ganhar a eleição.
Nos temos pesquisas que…nossas pesquisas internas apontam que ele esta 9% a frente de Humberto.
Saulo Batista:Eu acredito que ele vai pro segundo turno.
E eu ainda acredito que ele é o candidato com maior potencial de bater Mendonça.
Mesmo porque ele herda a base de Humberto completa e o Mendonça (Humberto) não herda a base de Eduardo completa…não acho que Inocêncio, nem o Yves, nem Lula Cabral…eu não acho que esse pessoal vai pra Humberto…não acredito…mas… as avaliações que eu tenho tido é de que Mendonça deve levar essa eleição…eu ate queria ouvir uma avaliação diferente, porque, pra mim, dentro desse acordo que estamos fechando, seria ótimo que Eduardo ganhasse Milton Coelho:Veja bem…não corresponde não…Mendonça tem uma sustentação muito boa, financeira e pol?tica, ele tem Marco Maciel, Roberto Magalhães, Joaquim Francisco, tem o pessoal de São Paulo que apóia ele fortemente… Saulo Batista:Cláudio Lembo?
Milton Coelho:Cláudio Lembo.
Saulo Batista:O Cláudio Lembo é o vice por interlocução de Marco Maciel… Milton Coelho:O Governo de São Paulo é uma maquina…e ele (Mendonça) tem uma campanha bem difundida no estado todo…ele tem uma estrutura muito consolidada, mas, ele, como candidato, não esta a altura da estrutura que ele tem…então, no segundo turno, nos vamos ter o apoio do PT…da esquerda toda, vai estar todo mundo unido…Lula vem pra cá…e vai ser 10 minutos de televisão pra cada um…com dois debates na Globo, frente a frente.
E nesse momento que a gente acha que Eduardo supera ele.
Nas nossas simulações de segundo turno, da ele com 40% e Eduardo com 39%, hoje, sem o apoio de Humberto, sem os Debates, sem campanha.
Tem outro aspecto importante.
Os candidatos a Governador, quando partem pra reeleição, eles partem de um patamar de 40 pontos.
A? eles partem pra 48, 52, perde um pouquinho, chega aos 46 e ganha a eleição, esse é o patamar.
Assim é o Lula e todos os outros a?…ele partiu de 17 e não consegue passar dos 36 pontos faltando a? uns 20 dias pra eleição…então, nos estamos muito esperançosos…exatamente porque nos achamos que Eduardo vai ganhar…não é porque eu sou Presidente do PSB, me envolvi em toda a costura da aliança que fui eu que…que ajudei com ele a construir…não é por isso…é porque…você, que já participa de eleição a muito tempo, desde os tempos de movimento estudantil…também deve sentir isso…você aprende a ser desapaixonado…claro que você não pode dizer a ninguém que não tem paixão pelas coisas, dizer "eu sou desapaixonado" porque senão você desestimula as pessoas… Saulo Batista:A gente aprende a fazer a mecânica da coisa, como ela funciona…começa a parar de discutir simplesmente ideologia e passa a discutir processo, nos temos que vencer a eleição.
Milton Coelho:Exatamente.
E nos estamos numa posição muito boa.
Como é que você ta pensando em operar isso?
Saulo Batista:A Simone tinha marcado comigo que esses primeiros 150 mil ela gostaria… ela inclusive chegou a marcar comigo as 18h…ate porque eu disse a ela que preciso de dois dias pra operar esse dinheiro, mesmo porque é uma quantia que você não pode simplesmente sacar no banco, você tem de pulverizá-lo e depois reavê-lo… ela disse que mandaria uma pessoa da confiança dela pra receber…ela ate chegou a marcar no Café…no Café do Gilson…no café de alguém la no Shopping Tacaruna… Milton Coelho:Café do Gomes… Saulo Batista:Do Gomes!
La no Shopping Tacaruna… e essa segunda parte que é a parte que vai entrar na cota oficial, essa pode ser operada…vou repassar amanha mesmo os dados bancários, peguei hoje… pra repassar amanha mesmo, pra gente estar… Milton Coelho:Quando for la no Café do Gomes…você quem vai levar?
Saulo Batista:Eu.
Esse tipo de coisa…o dinheiro por fora…isso foi inclusive uma coisa que ela falou…que faria questão… que não operaria isso a? se fosse tratar com uma terceira pessoa, ela colocou isso assim… Milton Coelho:A gente vai fazer assim: você leva uma sacolinha e eu levo uma sacolinha, a? a gente senta, toma um café, demora uns 10, 15 minutos e, na hora de ir embora, eu pego a sua sacolinha e você a minha… Saulo Batista:Tranqüilo.
Milton Coelho:Eu boto a minha sacola no lado direito da mesa, você bota a sua sacola no seu lado direito…você pega a minha e sai e eu pego a sua… Saulo Batista:Perfeito, to entendendo perfeitamente como é que você quer operar isso a?.
Milton Coelho:18 horas.
Saulo Batista:18 horas la no Café do Gomes.
Fica melhor, não gera riscos pra ambos os lados… a gente resolve isso a? em questão de minutos… ate porque, quando ela (a Simone) me perguntou como seria, eu disse "o dinheiro por fora não faz sentido não ser em espécie", tem de ser em espécie, vou fazer o que?
Passar um cheque?
Milton Coelho:Não, não, não… Saulo Batista:Não existe isso… Milton Coelho:Você acha que ate sexta feira isso esta… Saulo Batista:Acho, tenho certeza disso.
Isso é apenas uma questão pra não deixar rastro, porque tem de operar isso a? …porque tem de sair de uma conta, entrar na conta dos fornecedores e voltar… Milton Coelho:Vai ter de entrar na despesa de alguém… Saulo Batista:Exatamente…justamente pra não ficar…é uma questão também que a Simone me colocou…de que isso teria de ser feito de forma a não deixar nenhuma… Milton Coelho:Então ta bom, Saulo.
Muito prazer em encontrar você… Saulo Batista:Maior meu que seu, e outra coisa, sobre isso que você falou a cerca da possibilidade de não sair da Petrobras etc…eu agradeço a sinceridade…porque isso é uma coisa que todo mundo sabe mais ninguém tem coragem de admitir… Milton Coelho:Eu não sei falar as coisas pela metade…não sei… Saulo Batista:A verdade é essa, porque existem possibilidade de estar repactuando isso e se não sair, podemos ver outras compensações… Milton Coelho:Existe um campo enorme pra gente trabalhar…