(degravação de metade da gravação com Simone, esposa de Milton Coelho, feita pelo Blog) SIMONE: Você estava em Porto de Galinhas, agora gostou de lá e ficou empolgado com Porto e…vai trabalhar em Porto de Galinhas…
SAULO: Não, de maneira nenhuma, posso, não.
Eu até tenho vontade, mas não posso, não…Veja só como eu não sabia, eu nunca preenchi um bônus, eu trouxe aqui os dados todos do CNPJ…Eu tinha pensado em mais algum dado complementar das empresas, ta a?…
SIMONE: Veja só, como é que vai funcionar isso, Saulo.
Na verdade é o seguinte, esses depósitos têm que ser feitos através de TED…
SAULO: Mas vem cá, não é pouco dinheiro, não.
Você tem que se dar conta daquela divisão…
SIMONE: Eu sei…a? depois o bônus…aqui ta com tudinho, não ta?
SAULO: face=Verdana>Ta SIMONE: A? eu fico com isso aqui porque quando for depositado a? eu passo os dados pro pessoal da contabilidade pra fazer o bônus, entendeu?
SAULO: Tô entendendo, mas é esses dados normais da empresa, endereço, tal, são esses dados normais a?, não é?
SIMONE: Só queria que você me desse depois o…coisa do seu projeto, se não fica ruim pra você…É só curiosidade mesmo…
SAULO: Não, não é ruim, não…é porque realmente os três que eu tinha, um ficou com Romero Pontual, o outro foi o que foi encaminhado para a Petrobras formalmente…
SIMONE: Eu vou pedir pra Romero…
SAULO: Pronto, pode pedir pra Romero…
SIMONE: (inaud?vel)…deve ser bem interessante…
SAULO: Bem interessante…Agora preciso dos dados bancários…
SIMONE: Vou lhe dar agora.
Saulo, me diga uma coisa.
Eh…quer dizer…(inaud?vel)…amanhã logo cedo…Desses valores que vocês vão passar, tinha como passar algum valor em off?
SAULO: Sem problemas…
SIMONE: Pra eu trabalhar ao vivo…
SAULO: Sem problema…
SIMONE: Tem como?
SAULO: Quanto é a necessidade de se trabalhar em off?
SIMONE: Eu tô a? com uns débitos…
SAULO: Não, por que é isso que eu tô falando…porque pra mim isso não faz diferença, não.
SIMONE: Não faz diferença?
SAULO: Pra mim isso não faz diferença nenhuma, qual é a quantidade que vai entrar…
SIMONE: Como seria isso…(inaud?vel) SAULO: Para em off, acho que o melhor seria em espécie…
SIMONE: Em espécie?
Você tem como ver isso?…
SAULO: Tem, tem como ver isso através do prestador de serviço…ou seja, sai da minha conta…Porque é o seguinte…Como eu presto…A conceito é uma empresa de eventos, ou seja, eu tenho muita gráfica, o pessoal de confecção, que pode me passar nota e eu realmente…é feito muito pagamento em espécie a esse pessoal de eventos…
SIMONE: Mas como seria isso?
Você falaria…em que tempo você poderia ver isso?…
SAULO: Não, nesse final de semana…é o tempo de fazer a transferência para cada uma gráfica daqui, conhecida minha e tal…posso ta disponibilizando isso da?…elas vão tirar a parte da nota e só…
SIMONE: Pegar a parte de tributos…
SAULO: É, pegar a parte de tributos e…só isso, não tem (silêncio) Simone conversa baixinho, aparentemente com outra pessoa SIMONE: …1.400 militantes e lideranças…
SAULO: Aonde foi isso?
SIMONE: No Clube Internacional…pra ouvir discurso…sentado, esperando pra ouvir discurso, tu acredita?
Mil e quatrocentas pessoas…
SAULO: É realmente, o Lula fez com?cio para seis mil pessoas, e é o Lula!
Mil e quatrocentas pessoas pra proporcional?
Eduardo teria dificuldade de colocar essas pessoas, majoritário…
SIMONE: Mil e quatrocentas pessoas…(inaud?vel)…Ana e Eduardo…Ele falou uma hora…
SAULO: O federal de Milton é Ana?
SIMONE: É Ana.
Ele falou uma hora seguida e o povo sentado escutando, vibrando.
SAULO: É só quem tem disciplina pra fazer isso, normalmente, é militante.
Populares, eleitores, você não consegue fazer isso, não.
SIMONE: Militante da área popular!…To com medo…Eu digo, não tem medo, não…(inaud?vel)…O objetivo maior não é esse? É acima de qualquer mandato, é acima de qualquer coisa é politizar o povo que tá lá no ato, não é não, Saulo? … (inaud?vel) Mas veja só…eu não gosto nem de falar assim…fico superconstrangida, acredita?…
SAULO: Mas veja só, essa é a primeira campanha, não é?
SIMONE: É verdade. (risos) Não, e eu fico assim…
SAULO: Não, eu sei, é a sua primeira campanha.
Até porque não existe, não tem…
SIMONE: Não teria outras formas de adiantar algumas coisas?…Apesar de que você tem visto, assim…toda a minha estrutura que eu quero colocar…e eu tenho feito…Quando você consegue botar o popular pra ouvir o discurso pol?tico, você já sabe que alcançou alguma coisa…
SAULO: Nesse ano, o pessoal vai fazer muito pouco boca-de-urna?
SIMONE: …(inaud?vel).
SAULO: Vai fazer aonde?…(inaud?vel)…Você tá pensando em fazer como?
SIMONE: Ah, porque eu tenho trabalhado esse tempo todo exatamente trabalhando pra …(inaud?vel)…mostrar a importância da participação, a entrada do voto junto, do voto consciente…um eleitor que tem propostas pra comunidade…assim..eu tenho trabalhado muito em cima disso, tenho apostado muito que a gente consiga fazer um trabalho de boca-de-urna dentro desse sentido, dentro das casas, das fam?lias, das pessoas que eu já venho conversando desde janeiro…
SAULO: No caso, vocês estão fazendo um cadastramento pra se fazer uma coisa interna, sem tá aparecendo na rua, porque tá muito na vista e tal, pro pessoal fazer um negócio…
SIMONE: Exatamente, até porque esse cadastro…que eu quero depois…não é só pra esse momento…eu quero esse cadastro depois pra levar informações que realmente…(inaud?vel)…toda comunidade que eu tiver no cadastro eu vou fazer um grupo de trabalho, sabe, de formação de cidadania…
SAULO: Você gosta muito desse trabalho de escolas comunitárias, não é?
SIMONE: Gosto, gosto, eu acho que é da onde sai a mudança…(inaud?vel)…porque já tem o essencial…fica com medo de perder… (trecho inaud?vel) Mas deixando de lado essa minha retórica a?…(inaud?vel) SAULO: (inaud?vel)…passa o tempo todo fazendo discurso que acaba se acostumando com isso.
SIMONE: (inaud?vel)…Veja só, você teria como me dar…assim…(inaud?vel)…um cheque…
SAULO: É com cheque ou é TED?
SIMONE: Oh, com TED, agora o TED tem que sair de dentro do…
SAULO: Do doador, não, eu sei, isso a? sempre foi…
SIMONE: face=Verdana>O cheque tem que ser nominal a…a? eu vou botar aqui…(inaud?vel, muito baixo)…Milton Coelho, no Banco Real, o número do banco é o número 56…(inaud?vel)… (inaud?vel) SAULO: …Agora o mais viável é fazer por TED, eu acho SIMONE: É.
SAULO: Agora me diga uma coisa.
Você falou que daquele montante você precisaria de um valor que não entrasse por aqui.
De qual seria o montante?
SIMONE: A? veja só, esse montante eu preferia que sa?sse de você.
SAULO: Sem problema, sem problema.
SIMONE: Entendeu?
SAULO: Não, é porque eu to querendo saber qual é a sua necessidade disso a?, entendeu?
Porque tem um planejamento. É porque ficou 350 na empresa, que é a Conceito, e tem os 150 que é a minha empresa…
SIMONE: É a sua empresa.
SAULO: Você preferia que a minha empresa ela não entrasse…que esses 150 entrassem em espécie, digamos assim?
SIMONE: Pode ser?
SAULO: Sem problemas pra mim.
SIMONE: Não tem problema?
Nem dá problema assim na…
SAULO: Não, pra mim talvez fique até melhor do ponto de vista, digamos assim…porque o que é que tem?
A gente tem um projeto que foi apresentado lá, que tá pra sair e do qual, digamos assim, eu sou organizador.
SIMONE: Nem apareceria?
SAULO: É isso que eu to falando, nem apareceria como doador.
Talvez pra o acordo que a gente tá fazendo fosse até melhor porque nem apareceria meu nome como doador…porque talvez até…o que poderia provocar problema é realmente isso, é eu tá aprovando projeto na Petrobras e aparecer como doador uma empresa que é minha, eu sou sócio majoritário dela, tá…então tudo bem, 150 que é da (inaud?vel), posso fazer sem problema nenhum, pode entrar…(inaud?vel)…
SIMONE: Certo, agora o seguinte, como é que você vai me…segurança…pra que eu receba isso…e você também…(inaud?vel)…você tem como fazer, né?
SAULO: Tenho…agora aonde é que você acha que…porque é um montante que o…o grande problema de 150 mil reais é aonde é que você vai armazenar…porque até sair da minha nota…porque eu não pego ele inteiro.
Quer dizer, as pessoas que vêm me entregar vêm me entregar em partes.
Agora você vai guardar um valor muito grande.
Isso a?… onde é que você preferia que fosse feita a entrega disso a??
SIMONE: Mas eu tenho como fazer isso…(inaud?vel)…você receberá em partes e me entregará em partes?…
SAULO: Não, eu recebo num dia só, agora as pessoas vêm me entregar…entendeu?
Por exemplo, isso a?…Sexta-feira eu consigo tá com ele todo em mãos, agora onde é que eu entrego isso da??
SIMONE: Pronto, mas você vai receber tudo na sexta, não?
SAULO: Provavelmente, tudo na sexta.
SIMONE: Tudo na sexta?
SAULO: Tudo na sexta, porque eu preciso de dois dias pra realmente isso, pra operar, digamos assim, essa rotação, essa roda do dinheiro girar.
SIMONE: Eu vou fazer da seguinte forma, vou botar uma pessoa da minha confiança…(inaud?vel) SAULO: (ri)…Essa é sua primeira campanha, não é? (ri) SIMONE: (inaud?vel) SAULO: Quer dizer, marca um local pra se encontrar e…
SIMONE: …A gente pode marcar…Você sabe onde é o café Gomes, do shopping Tacaruna?
SAULO: Não, mas sabendo que é no shopping Tacaruna não é dif?cil encontrar lá, não.
SIMONE: Você liga pra mim. (inaud?vil) SAULO: Não, mas a gente se encontra, Café Gomes do Shopping Tacaruna, não tem segredo de achar, não.
SIMONE: Você quer deixar já marcado esse encontro?…
SAULO: Podemos deixar já marcado esse encontro.
SIMONE: Não é melhor?
SAULO: É melhor deixar já marcado esse encontro.
Quer dizer no shopping Tacaruna…
SIMONE: Que horas que você acha que tem condições?
SAULO: Depois do expediente bancário, qualquer hora.
Depois das quatro da tarde, qualquer horário.
SIMONE: Às 18 horas.
SAULO: 18h, no Café Gomes, shopping Tacaruna.
SIMONE: Café Gomes, shopping Tacaruna. (silêncio) SAULO: Milton tá em Recife, eh…Simone?
Ou não, tá no interior?
SIMONE: Oi?
SAULO: Milton tá em Recife ou tá no interior?
SIMONE: Tá em Recife.
Ele queria até conversar contigo.
SAULO: Seria interessante isso a? até porque, eu vou ser muito franco com você, porque o pessoal da empresa, a Conceito, que é minha sócia, em São Paulo, eles estão muito ressabiados por questões de como ocorreu o processo lá na majoritária.
Porque eu até…(inaud?vel)…porque a gente levou pra Romero, Romero passou pra Pedro, Pedro Mendes mandou pra o Marc?lio, que é um lobista, ou seja, ficou um negócio muito confuso, até nem entendi…
SIMONE: Não, eu acho assim, eu acho que esse negócio de ter botado um lobista no meio, eu acho que prejudicaria até você depois e ia prejudicar a majoritária…
SAULO: Não, foi a avaliação que foi feita.
Ou seja, foi de forma muito difusa, assim, e o pessoal ficou…até pediram que eu conversasse com Milton para tirar alguma dúvidas de como é que ele pretende enca…como é que…(alguém interrompe a conversa: "Você vai sair agora?"; Simone responde que não).
SIMONE: O meu marido quer conversar com você.
SAULO: Quando é que ele poderia conversar?
SIMONE: Eu só posso dizer isso hoje à noite.
Pra gente marcar e você ter uma conversa com ele.
Eu marco um lugar.
SAULO: Pronto, eu lhe ligo hoje à noite, então?
SIMONE: Ligue hoje à noite.
SAULO: Que horas, mais ou menos?
Umas oito horas?
SIMONE: Não, oito horas…ele vai num evento…me ligue, porque eu acho que já tenho condições de te dar…
SAULO: Tudo bem, então eu te ligo, mas já fica pré-agendado o nosso encontro pras 18 horas da sexta-feira, vou até anotar o dia aqui, no Café Gomes.
SIMONE: Então uma pergunta, vocês teriam…(inaud?vel)…
SAULO: Não.
Não.
Já ando dormindo tão pouco que ando evitando tomar café, sabia?
SIMONE: …(inaud?vel) SAULO: …Não, eu to dormindo pouco, dormindo pouco.
Acho que você também não deve tá dormindo muito?
SIMONE: Não, assim, acho que to dormindo três horas, quatro e me acordando.
Faz parte, né? …(inaud?vel)…cem por cento tranqüila, né?
SAULO: Cem por cento traqüila, não vai ter problema com relação a isso, não.
Não eu sei que todo mundo agora tá…essa questão de financiamento de campanha…tá todo mundo preocupado em não gerar nenhum acidente, digamos assim, principalmente num cara como Milton, que tá nesse embate que ele tá vivendo a?, imagino que a preocupação dele como…eh…a discrição desse processo…deve tá…
SIMONE: Muito, todo o cuidado é pouco porque…acho que não preciso nem te dizer…(inaud?vel)…
SAULO: Eh, porque…(inaud?vel)…uma postura muito agressiva, né?
Contra o governo do Estado.
Isso evidentemente é o tipo da coisa que, eh, digamos assim, que os adversários dele quiriam, digamos assim…
SIMONE: (inaud?vel) SAULO: Eu acho que..eh…o Lula falou recentemente que coloca…como é que é?…que democracia não é só coisa limpa, não.
SIMONE: Até porque a gente vinha só com propostas, propostas, propostas e propostas…(inaud?vel)…em todas as instâncias…e eles começaram a vir falando, falando, sobre a questão dos precatórios mesmo…vinham falando…tem gente que não sabe nem o que é, mas como na época foi uma coisa colocada tão…que não esquece.
Então, quer dizer… na verdade, de um lado com propostas, de um outro com…usando de uma pol?tica…(inaud?vel)…e depois de ter passado por todas as instâncias ainda se colocar novamente o mesmo argumento, quando todo mundo sabia que existiam essas pendências todas de lá da fam?lia e ninguém nunca falou…de público…
SAULO: Eu, particularmente, sou muito pragmático com relação a isso, pra mim pol?tica é guerra…
SIMONE: Exatamente.
Acho que tem uma hora que você tem que atacar de uma forma que o resultado seja você ganhar a batalha.
SAULO: Mas essa questão de você tá combatendo pra não abater o adversário não adianta por que combater.
SIMONE: Exatamente.
SAULO: Pol?tica é guerra, da mesma forma que se o pessoal avaliar que usar os precatórios vai causar efeito prolongado, essa questão da av?cola Asa Branca, entendeu, vai ser usada, quer dizer, vai ser usado tudo, o que tiver…
SIMONE: Por que não se estava falando de nada disso, não é, e de repente ele se…(inaud?vel)…todo o sistema ir pra rua tem determinados atores que fazem, olhe, vamos fazer uma campanha…(inaud?vel)…
SAULO: Mas tinha sido feito um acordo pra dizer que não devia tocar nessa questão dos precatórios?
SIMONE: Não, assim, não um acordo direto, mas conversas de pessoas que têm trânsito de todos os lados…é que na verdade as pessoas estavam esperando propostas…não tem porque tá mais soltando, mas infelizmente a coisa não foi por a?…
SAULO: Justamente, eu nunca esperei isso dessa campanha, não.
Uma campanha pós mensalão, o que eu imaginei é exatamente isso quem fosse da base do governo…vai apanhar por causa disso a?, desde o irmão do Tião Viana, no Acre, até Ol?vio Dutra, no Rio Grande do Sul, que tá acontecendo é isso, o argumento da oposição…e, fazendo uma avaliação fria, o Geraldo Alckmin não subiu mais nas pesquisas porque não soube explorar isso a?.
Porque é interessante, ela é muito fria, muito calma, enquanto Lula vai lá, se defende com veemência, diz que se sentiu tra?do, que mandou investigar, que se o Ministério Público descobriu é porque no meu governo se investiga, não engaveta, ou seja, analisando friamente, ele vai porque ele teve pulso.
Já o Geraldo Alckmin ele não encarna a revolta dos indignados, da pessoa chegar e dizer que isso é um absurdo.
Quem durante algum tempo encarnou isso da? foi a Helo?sa Helena, mas o problema é como ela não tem substância, não tem conteúdo pra apontar um caminho…ela só conta ponto, não aponta um caminho.
SIMONE: É como uma rebelde sem solução…
SAULO: A? fica um negócio feito adolescente…e é exatamente isto…os eleitores dela é esse, é universitários, é alguma…(inaud?vel)…populares, mas não pega a classe média, ela não aponta um caminho.
Ela conseguiu, tanto é que subiu de três pra onze por cento…porque ela conseguiu encarnar…Cristovam Buarque percebeu isso a?, tanto é que na última pesquisa dele ele já subiu…(inaud?vel)…porque é que quem rouba uma carteira é ladrão e quem desvia um milhão é só corrupto.
Todo mundo percebeu isso a?.
Agora eu acho que, inclusive hoje, já no fim da campanha, que um cara como Serra teria dado mais trabalho, porque ele é mais incisivo.
Agora eu não sei como é que ia ser o ?ndice de rejeição dele, é outra história, entendeu?
Quer dizer se o candidato fosse ele se iam explorar o fato de que a máfia dos vampiros existia desde a época da gestão dele