Foi o que disse Milton Coelho, há pouco, por telefone, em entrevista a Cec?lia Ramos, repórter do Blog.

Milton se licenciou hoje da presidência estadual do PSB por conta das denúncias apresentadas por Saulo Batista.

A entrevista dele: Por que o senhor deixou a coletiva de imprensa (fotos acima) sem responder às perguntas dos jornalistas?

Eu estou desde quatro da tarde para ir a uma reunião da campanha e acabou que eu perdi o ato.

E já achava que a nota era auto-explicativa.

Além do mais, tem alguns aspectos que eu não posso abordar porque já estão sendo tratados na investigação policial.

Que aspectos o senhor não pode revelar?

Nós ja temos uma gravação de uma pessoa que falou com Saulo.

Ele diz ao cara (à testemunha) que recebeu dinheiro para cumprir uma missão, que estava a mando de terceiros.

E na gravação Saulo faz referência direta a essa missão.

Nós temos esse depoimento de uma pessoa que conhece ele há muito tempo, que procurou ele.

Só que Saulo não sabia que essa pessoa tinha contato comigo.

Isso ele ia saber no dia que seria o flagrante, se ele tivesse comparecido.

Depois disso o senhor não teve mais contato com Saulo Batista?

Não.

Só tive até o dia 15, antes do encontro que acabou sem acontecer.

Não tive mais contato, porque a? ele assumiu a extorsão.

Ele então foi ver quem pagava mais, fazer um leilão.

Só que eu não negocio com um bandido.

De quem teria partido essa "missão", segundo o senhor coloca, contra o PSB?

Partiu do comando da campanha de Mendonça (o governador-candidato Mendonça Filho PFL-PE).

E por que comigo?

Foi comigo porque eu sou o presidente (estadual) do PSB, eles sabem da minha ligação pessoal com Eduardo (Campos, candidato do PSB ao Governo de Pernambuco), eu fiz o panfleto que denunciou o caso de José Mendonça (pai de Mendoncinha) com o BNB…

Por que o senhor não denunciou o caso à Pol?cia Federal, dada a gravidade?

Antes do encontro marcado para sexta (15), que ele (Saulo) não compareceu e nem ligou para confirmar (o encontro), eu procurei um policial federal amigo meu.

Então ele começou a monitorar o Saulo.

Esse policial estava no caso na condição de meu amigo, porque o objetivo da gente era arrancar dele (Saulo) quem era o mandante.

E só depois disso, do flagrante, nós levar?amos para a Pol?cia Federal.

Eduardo Campos sabia do caso?

Não.

Nem por alto, nem por baixo.

Só eu e um pequeno grupo ligado a mim dentro do partido.

Eduardo está em campanha, então deixei ele longe disso para não desconcentrá-lo da campanha.

Eu nem falei com ele hoje ainda.

Há um trecho da gravação em que o senhor fala a Saulo que tentou conseguir recursos para a campanha de Eduardo Campos em Pernambuco junto à Petrobras.

O senhor também menciona que recursos da Petrobrás viriam para a campanha de Eduardo, após as eleições.

Do que se trata?

Isso nao existe, nao.

Isso faz parte…

Olha, nós nunca tentamos isso.

Isso faz parte da montagem (da gravação) que Saulo fez.

Ele editou.

Você está me perguntando sobre uma prova falsa (Milton alega que a gravação foi editada por Saulo de forma a prejudicá-lo).

Prefiro não falar sobre isso (Petrobrás).

Ainda na gravação o senhor combina com Saulo uma troca de "sacolinhas", no encontro no Shopping…

Tudo o que eu falei ali, sacolinha e tudo o mais, fazia parte do plano para estimular Saulo.

O que me interessava era flagrá-lo.

Ele confessou a Fred que estava a mando de terceiros.

Quem é Fred?

Fred é uma pessoa da juventude do PSB e está desaparecido.

Foi ele quem levou Saulo para o PSB.