Vai ser preciso maior distanciamento no tempo para que possamos saber efetivamente o que se passa nesta eleição para governador de Pernambuco.Uma coisa, porém, é certa.
Não está sendo quebrada a tradição de termos disputa polarizada.Não existe hoje uma terceira via na eleição.
Continuamos com duas, apesar de a última rodada do Ibope, divulgada ontem pela TV Globo, ter mostrado Mendonça Filho (PFL) com 35%, Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB) empatados com 26% cada.
O que ocorre é que uma das vias se dividiu entre Humberto e Eduardo, ambos sa?dos do mesmo pólo, o governo federal e o presidente Lula.O empate deles no segundo lugar das pesquisas de intenção de voto confunde os analistas, que passaram a ver em Eduardo a terceira via.Essa avaliação está errada.
Alguns fatos mostram bem isso: Humberto e Eduardo não se agridem, a divergências pontuais entre eles, cumprem à risca o acordo de estarem juntos no segundo turno e fazem campanha apenas contra o pefelista Mendonça Filho (candidato, digamos assim, da primeira via).No in?cio da campanha, alguns especialistas chegaram a avaliar que talvez a unidades dos palanques de oposição em Pernambuco pudesse permitir, ao invés de impedir, a vitória de Mendonça no primeiro turno.O andamento da campanha, porém, mostra que talvez houvesse o contrário.A unidade daria a Lula, por exemplo, liberdade para defender um candidato no Estado.
Isso desequilibraria em favor da oposição a Mendonça e Jarbas Vasconcelos (PMDB).Hoje, como diz o cientista pol?tico Túlio Velho Barreto, colaborador freqüente do Blog, Lula tem dois candidatos em Pernambuco e, portanto, não tem nenhum.
E o presidente, assim indicam as pesquisas, deverá ter aqui uma de suas maiores votações.Entender esse processo é fundamental para que possamos acompanhar melhor a disputa daqui para frente.
Estamos na iminência de ter a eleição em dois turnos.
No segundo a polarização estará mais clara - na verdade, à flor da pele.
Vai ser uma disputa agitada, conturbada.
Não duvidem, caminhamos para ter um gigantesco vale-tudo.
E ninguém vai avisar antes nem admitir isso.