Na semana passada, o Blog apresentou uma série de perguntas que deveriam, na nossa opinião, ter sido feitas aos três principais candidatos ao governo de Pernambuco durante as entrevistas que concederam à TV Globo.

Decidimos então procurá-los e pedir as respostas.O governador e candidato à reeleição Mendonça Filho (PFL) respondeu, entre outras coisas, se hoje venderia novamente a companhia energética de Pernambuco (Celpe). "Sim, se ocorressem hoje as mesmas condições de 1999.

Esta foi um decisão datada e foi acertada para aquele momento".O ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) disse que sua candidatura é leg?tima, apesar do seu indiciamento pela Pol?cia Federal na Operação Vampiro. "Eu vou provar minha inocência.

Sou uma pessoa que tem a consciência absolutamente tranqüila, por isso estou fazendo campanha de cabeça erguida, olhando as pessoas nos olhos.???O ex-ministro da Ciência e Tecnologia Eduardo Campos (PSB) isentou o governo Miguel Arraes de qualquer responsabilidade pela venda da Celpe, dizendo que, na época, os estados foram pressionados pelo governo FHC a venderem as suas concessionárias.O socialista também rebateu Humberto, que declarou ser o único com isenção para falar sobre a privatização da Celpe. “Acho que nessa questão Humberto Costa entrou atrasado no tema e entrou mal.???

Humberto Costa e Eduardo Campos concederam entrevistas pessoalmente a Cec?lia Ramos, repórter do Blog.

Já Mendonça Filho evitou respondê-las pessoalmente e enviou as respostas por escrito, por meio da sua assessoria de imprensa.Veja o que disse Eduardo Campos: 1- O sr. diz que em mais de 30 anos a população dobrou, mas nenhum hospital foi constru?do para acompanhar esse crescimento.

O sr. está prometendo construir três novos.

Mas por que o PSB e o governo Arraes não constru?ram hospitais?Nesses 30 anos Arraes foi governador do Estado por duas vezes.

Em trinta anos, doutor Arraes foi governador de Pernambuco durante sete anos e o PFL durante 23 anos.

Dr.

Arraes fez o hospital geral de Jaboatão, que foi o único constru?do nesses 30 anos.

E eu vou construir três novos hospitais com o dinheiro que o PFL desperdiçava na propaganda.

Nós vamos fazer hospital para o povo porque dá e sobra para fazer.2) O sr. promete valorizar o servidor público, mas no último governo Arraes havia atrasos de salários e as últimas folhas de pagamento de 1998 ficaram pendentes.

Isso não é uma contradição, já que o sr. ocupou funções relevantes na administração estadual, inclusive foi secretário da Fazenda?

Não.

Por onde eu passei no serviço público os servidores votam comigo, porque ao contrário do PFL, que persegue, que protege a panelinha deles, nós prestigiamos as pessoas que têm mérito.

O apoio que nós temos na secretaria da Fazenda e o que eu angariei em todo o sistema de tecnologia do Brasil é prova de que eu sei valorizar o serviço público.

E a mentira do PFL, mais uma, que antes dizia que eram três folhas, não houve nenhuma folha em atraso.

Ficou a folha de dezembro.

Ate hoje o Mendoncinha esqueceu da mentira de ontem e falou que era só uma folha.

Na verdade, ele passou todo o governo, durante oito anos, pagando um mês no começo do outro mês.

Agora ao contrário do que o governo do PFL fez, perseguindo, cercando o governo Arraes, com o prest?gio que Mendonça angariou com Fernando Henrique Cardoso, nós fizemos o contrário com o Governo Lula.

Ajudamos Mendonça a governar.

Trouxemos a refinaria, apoiamos a conclusão de Suape, fizemos toda uma ação positiva.

Eu tenho o que falar para os servidores.

Eu não sou herdeiro das práticas que o senhor Mendonça é, que sempre colocou pessoas pela janela no serviço público, sem concurso, e que tem o apoio de dois ex-governadores que colocaram 70 mil servidores sem concurso dentro do Estado.

Nós não.

Somos herdeiros de uma tradição de realizar concurso público, de valorizar o servidor e falar a verdade para o povo.3) O governo Arraes só não privatizou a Celpe porque Jarbas e Mendonça atuaram para impedir isso.

Não é contraditório agora acusar o governador de ter prejudicado a população com a venda da Celpe?Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

O governo FHC induziu os estados a venderem as suas concessionárias sob pena de não renovar a concessão.

O patrimônio da Celpe ia valer nada, se ela não tivesse a concessão do Governo Federal para distribuir energia.

Dr.

Arraes aprovou uma lei, mas não foi essa lei que lastreou a privatização feita pelo senhor Mendoncinha, costumeiro vendedor do patrimônio público.

Vendeu a Cilpe, vendeu a Celpe e vendeu de maneira equivocada.

E mostramos o equivoco, que foi o de fazer com que hoje o povo pernambucano não tenha que comprar através da Celpe energia vindo da Chesf, mas sim da termoelétrica da própria Celpe.

A lei, hoje, no Brasil não permite mais que empresa distribuidora compre da sua própria empresa energia gerada, ao preço que quer, revendendo à população por um preço que ela não pode pagar.

Essa é a questão. 4) O ex-ministro Humberto Costa apontou essa contradição (de Eduardo criticar a venda da Celpe, apesar de ter tentado privatizá-la).

O que o sr. acha de ele ter dito isso?Acho que nessa questão Humberto Costa entrou atrasado no tema e entrou mal. 5) O que o sr. acha do indiciamento de Humberto Costa pela Pol?cia Federal?

O sr. acha que ele tem condições de continuar na disputa?Eu não acho nada.

Eu acho que quem tem que falar sobre esse tema é Humberto, não sou eu.

Até porque eu concorro com ele.

Estamos num campo pol?tico assemelhado e o que eu tinha que falar sobre essa questão eu já falei.

Já dei meu testemunho sobre o que eu acho da conduta moral e ética de Humberto.

Agora sobre o processo ele é quem tem que falar.