Por Fernando RodriguesColunista da Folha de S.Paulo, no JC de hojeBRAS??LIA - Nada mais fácil no caso do dossiê/entrevista da fam?lia Vedoin do que apontar o dedo para os poss?veis responsáveis.
Falar sobre a incapacidade atávica de Lula de perceber o tipo de gente que o cerca -no m?nimo.
Ou dizer que é necessário investigar mais o que ocorreu na área de saúde durante a gestão tucana de José Serra.
O dif?cil nesse episódio é prever o efeito real dessas not?cias nas campanhas eleitorais, sobretudo a presidencial.
Faltam dez dias para a eleição.
Basicamente, em tese, o que pode acontecer é alguma inversão de tendências que leve a disputa para o segundo turno.
Embora seja imposs?vel prever o desfecho, dada a abundância de informações e pelo que mais pode surgir, há alguns fatores já na superf?cie: 1) o noticiário pol?tico das TVs é dominado pelo tema; 2) o assunto é ainda incompreens?vel para as classes D e E -a maioria dos eleitores; 3) é n?tido que não interessa a Lula nem a Serra prolongar essa crise, pois ambos correm o risco de sair perdendo.
Alckmin vai aos poucos calibrando o discurso na TV.
Começou mal ontem cedo.
Foi aumentando o tom ao longo do dia.
Convenhamos, é dif?cil explicar para o eleitor um caso envolvendo Freud, que foi contatado por Gedimar por uma conexão com Valdebran para negociarem uma entrevista e/ou um dossiê com a fam?lia Vedoin.
Para arrematar, dizer que Freud andava para cima e para baixo com Lula há quase duas décadas.
Mas Freud nega, Lula nega e a vida continua.A chave de toda essa história é a origem dos cerca de R$ 2 milhões usados na operação.
Se a identidade do financiador aparecer logo, e se for poss?vel estabelecer um v?nculo claro com Lula, a? talvez a casa possa cair.
Vindo menos que isso, é arriscado prever grandes alterações no atual quadro eleitoral.