Por Angela LacerdaDa Agência EstadoRecife - O procurador da República Gustavo Pessanha Veloso receberá amanhã (19) - mesmo dia em que deve oferecer denúncia contra o ex-ministro da Saúde Humberto Costa - uma petição para fazer novas investigações no processo que levou ao indiciamento dele pela Pol?cia Federal (PF), na chamada Operação Vampiro. "No m?nimo, é um inquérito profundamente falho", afirmou o deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE), em encontro que reuniu deputados federais e estaduais do partido e de legendas coligados - PC do B, PTB e PMN - que apóiam a candidatura de Costa o governador de Pernambuco, hoje à tarde, no auditório da Assembléia Legislativa.Os parlamentares querem a suspensão da denúncia, com a reabertura do processo e novas diligências, por entenderem que o esquema de superfaturamento de produtos hemoderivados - investigada pela operação - envolvia adversários pol?ticos da gestão que antecedeu a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como do governo do Estado, os quais não foram investigados Sem acusar a PF como instituição, os parlamentares distribu?ram autos do processo que não foram alvo de investigações, contendo ind?cios de envolvimento dos adversários pol?ticos."É fundamental saber o que levou Laerte Corrêa Júnior (ex-presidente do Sindicato da Indústria Farmacêutica de São Paulo) a voltar, espontaneamente, à Pol?cia Federal, depois de vários depoimentos, para, numa única frase, incriminar Humberto Costa, sem qualquer prova documental e isso ser suficiente para o delegado pedir o seu indiciamento", afirmou Santiago, em nome dos congressistas presentes - entre eles, os deputados José Múcio (PTB-PE), José Chaves (PTB-PE) e Armando Monteiro Neto (PTB-PE), presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Fernando Ferro (PT-PE) e Maur?cio Rands (PT-PE).Santiago lembrou ter havido "uma brutal contrariedade de interesses" por iniciativa do ex-ministro da Saúde, que frustrou a adoção de uma empresa estadual que chegou a ser criada "de forma ilegal e contrariando a Lei de Licitações", em 2000, em Pernambuco, a Companhia de Produção de Hemoderivados, que poderia ter conquistado, se introduzida, o dom?nio do mercado nacional de derivados de sangue, estimado em US$ 120 milhões, consorciada com uma empresa multinacional. "O ex-ministro também impediu que os preços de hemoderivados continuassem superfaturados, passando a fazer uso dos pregões, e no governo Lula foi criada a Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), estatal", complementou, convicto de que Costa é alvo de um complô. "Que se investigue todos os que trabalhavam na perspectiva frustrada com a decisão de construção da Hemobrás, sobretudo o que foi incriminar Humberto Costa."