Médico que ocupava cargo estratégico na gestão de Serra no Ministério da Saúde é indiciado por corrupção e ligação com a máfia dos hemoderivados que agia na pasta.

Por Gilberto NascimentoDo Correio Braziliense São Paulo - Nada se falou nos últimos dias sobre uma figura misteriosa que integra a lista de 42 indiciados pela Pol?cia Federal (PF) por envolvimento no esquema da máfia dos vampiros: o médico Platão Fischer Pühler.

Enquanto os petistas Humberto Costa, ex-ministro da Saúde e candidato ao governo de Pernambuco, e Delúbio Soares de Castro, ex-tesoureiro do seu partido, tornaram-se os principais alvos da denúncia da PF e dominaram o espaço do noticiário, outros nomes importantes - como Platão Pühler - passaram despercebidos.

Platão, um ex-militante do PCB (o antigo Partidão), é um homem próximo do ex-ministro da Saúde José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, embora os tucanos hoje neguem tal fato.

Tinha um cargo importante e estratégico na gestão do tucano no ministério.

No inquérito da PF encaminhado ao Ministério Público Federal, ele deve responder por corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e exploração de prest?gio.

O ex-auxiliar de Serra é acusado de ter repassado informações privilegiadas do ministério aos integrantes da quadrilha que superfaturava e fraudava licitações de hemoderivados (produtos derivados do sangue) distribu?dos à rede pública.

Ele seria ligado ao empresário Jaisler Jabour de Alvarenga, apontado com um dos principais l?deres do esquema, que nega as acusações e diz “não ter nada a ver??? com o comando da máfia dos vampiros.

Platão chegou ao ministério em 1997, levado pelo ex-ministro Carlos Albuquerque.

Ocupou ali várias funções.

Esteve sempre à frente da coordenação da área de medicamentos e cuidou, principalmente, das licitações.

Quando Serra assumiu o governo, ele foi nomeado diretor do Departamento de Programas Estratégicos do Ministério da Saúde, função que lhe deu poderes para centralizar toda a compra de hemoderivados.

Hoje, os tucanos procuram minimizar as relações de Platão com Serra.

Atribuem a nomeação, entre outras justificativas, a uma indicação do então secretário-executivo do ministério Barjas Negri, que depois assumiu o lugar de Serra, quando o tucano disputou a Presidência da República em 2002. “Ele (Platão) não era meu assessor.

Trabalhava na secretaria executiva e já estava no ministério quando assumi???, justificou Serra a jornalistas, em 2004.

Leia mais aqui (assinantes do Correio).