A equipe do guia eleitoral de Mendonça Filho (PFL) não esperava para hoje a pancadaria mais dura da oposição relacionada ao trágico balanço de 56 mortos no feriadão.
O comando da campanha governista imaginava que o bombardeio viria na segunda-feira passada, diz uma fonte do governo ouvida pelo Blog.
Por isso o guia eleitoral da noite de segunda foi dedicado a contundentes respostas sobre a violência – leia aqui o que escrevemos sobre isso.
Naquela noite, apenas Humberto Costa (PT) atacou, mas de maneira pouco incisiva.
Eduardo Campos (PSB) seguiu pelo caminho dos ataques relacionados às elevadas tarifas da Celpe.
Hoje, não.
Os programas da oposição, que acabaram há pouco, foram extremamente duros.
Apontaram a situação dramática vivida pela população, as mortes do feriado, o balanço dos últimos anos (mais de 31 mil assassinatos), a matança de mulheres.
Humberto seguiu pelo caminho de desqualificar Mendonça.
Apresentá-lo como alguém fraco e sem capacidade de gerir o Estado. "Pernambuco não pode ser tratado como um brinquedo que o padrinho dá para o afilhado", disparou, referindo-se à relação entre Mendonça e Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Eduardo bateu duro.
Porém, procurou se colocar acima do embate entre Humberto e Mendonça, dizendo que a questão não pode ser tratada como um tema meramente eleitoreiro.
Chegou inclusive a mostrar estat?sticas com os elevados ?ndices de violência no Recife em 1996, quando era um dos principais assessores do então governador Miguel Arraes. "Precisamos aprender com os erros do passado e do presente", afirmou o socialista, buscando mostrar-se isento.
Com a munição gasta na segunda-feira, o guia de Mendonça desafinou, seguiu outra linha.
Não deu respostas ao bombardeio.
Falou em parcerias, em Jarbas-Mendonça, colocou o próprio Jarbas pedindo votos para seu sucessor, apresentou propostas, falou na geração de empregos e de muitos projetos.
No entanto, podem esperar respostas da campanha de Mendonça a partir de amanhã, nas inserções dos candidatos a deputado federal e no guia de sexta-feira.
Quando todo mundo ataca um único assunto é porque pesquisas qualitativas mostram que dá resultado – alguém está perdendo.