O Blog conversou há pouco com o superintendente da Pol?cia Federal em Pernambuco, Bergson Toledo Silva, que está sendo acusado pelo Ministério Público Federal de ter vazado informações sobre uma operação policial de busca de documentos no Senado, conforme noticiou ontem o Jornal Nacional. align=left> Leia mais aqui sobre o caso (informações do pe360graus.com.br).
Bergson disse ao Blog que jamais ocupou cargos por indicação pol?tica.
Após sete anos como delegado da PF em Alagoas, passou quase oito como superintendente da instituição no Estado.
Depois ocupou funções em Bras?lia até ser convocado pela direção geral da PF para assumir as superintendências do Ceará e, em seguida, de Pernambuco. "A primeira superintendência que assumi, a de Alagoas, assumi por sugestão dos sindicatos e associações de policiais, delegados e servidores da Pol?cia Federal.
Os outros cargos foram por indicação dos diretores gerais da PF Vicente Chelotti (no governo FHC) e Paulo Lacerda (agora, no governo Lula)", garantiu.
O delegado também disse que ninguém de sua fam?lia (ex-mulher e três filhas, que moram em Alagoas) ocupam funções públicas. "Uma delas, inclusive, está desempregada", ressaltou, buscando mostrar que não depende ou se utiliza de favores pol?ticos.
Sobre o caso em si, Bergson Toledo diz que se sente e se sentirá tranqüilo na função de superintendente enquanto a direção da PF considerar que ele apenas cumpriu uma missão delegada por seus superiores em Bras?lia.
A função foi a de conversar com o senador Renan Calheiros (PMDB/AL), presidente do Senado, para informá-lo de que seria realizada uma operação de busca e apreenção na Casa e para que o senador indicasse algum funcionário para acompanhá-la.
Segundo o próprio delegado, ele foi escolhido para a missão por ser amigo há anos de Renan.
Ambos são alagoanos e contemporâneos – Renan tem 51 anos, Bergson, 52.
A PF, acrescenta, temia que houvesse atritos com a Pol?cia Legislativa, que cuida da segurança no Senado.
Então decidiu-se escolhê-lo, já que é amigo de Renan, para facilitar o entendimento sobre a entrada e apreenção de material na Casa.
Com um amigo, explica o delegado, Renan teria mais confiança para permitir a entrada da PF no prédio.
Segundo ainda o delegado, há uma resolução da mesa diretora do Senado que impede a entrada de outros policiais no prédio que não sejam da Pol?cia Legislativa.
Comentário meu: Há dois problemas graves nesse caso.
O primeiro é que Renan indicou para acompanhar a operação justamente o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, que estava entre os suspeitos de participar do esquema de fraudes em licitações para contratação de servidores terceirizados, esquema investigado pelo Ministério Público e PF.
A sala de Maia, inclusive, fazia parte da lista de locais que deveria passar por uma varredura.
O outro problema é mais grave: ora, por que a Pol?cia Federal decidiu se relacionar com o Senado por meio de laços de amizade?
A PF e o Senado são instituições públicas e só devem e podem se relacionar de maneira institucional.
Mas Bergson reafirma que apenas cumpriu uma missão. "Tudo não passou de uma fatalidade.
Eu não tinha como vazar informações até porque desconhecia os detalhes da operação e das investigações", ressalta.