Do blog de Luis NassifO manifesto de Fernando Henrique Cardoso, divulgado hoje pelos jornais, tem três enfoques: nenhum auto-cr?tica em relação ao seu governo; "auto-cr?tica" em relação a erros de terceiros do PSDB; e "fogo no palheiro" contra o governo Lula.

Os dois primeiros são t?picos FHC; o último é o novo FHC.

Com ele, FHC não visa as próximas eleições, mas o próximo mandato.

Não visa Lula, mas José Serra e Aécio Neves.

Não visa fortalecer Geraldo Alckmin, mas puni-lo (faz a "autocr?tica" na questão da segurança de São Paulo) por tê-lo esquecido.

Porque o desespero?

A partir de 1º de janeiro, o quadro pol?tico muda.

Em cenário de paz, o espaço pol?tico é ocupado pelos governantes estaduais e federais.

Na guerra, é transferido para a m?dia e para o parlamento.

A pacificação interessa Lula, Serra e Aécio, ao PT e ao PSDB.

Para Lula, para garantir condições de governabilidade.

Para os governadores, para garantir uma parceria administrativa com o governo federal.

Esse pacto de governabilidade será favorecido pelo fato de, ao menos por enquanto, o PT não ter um candidato forte à sucessão de Lula.

As parcerias serão relevantes para os governadores porque as próximas eleições presidenciais serão fundamentalmente em torno do que os candidatos fizeram, não do que falaram.

Além disso, a partir do próximo ano o PSDB terá que ser refundado, para perder a cara de FHC.

No fundo, a falta de discurso na campanha de Alckmin reflete a falta de definições do PSDB e o incômodo de ter sua imagem associada a um ex-presidente rejeitado por parcelas expressivas do eleitorado.Leia mais aqui.