Por Christiane SamarcoDa Agência EstadoBras?lia - O candidato a vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin, senador José Jorge (PFL-PE), ministro de Minas e Energia na época do apagão de 2001, reagiu hoje (8) às cr?ticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à "gerência" do setor elétrico durante seu governo. "Quando eu assumi o Ministério, a crise já estava instalada", explicou o senador, que teve de administrar o apagão dois meses depois de se sentar na cadeira de ministro.

Antes dele, o titular do ministério era o senador Rodolfo Tourinho (PFL-BA).

José Jorge argumenta, no entanto, que também não vê na carta de FHC nada que "desabone a conduta administrativa" de seus antecessores.

A seu ver, a frase do ex-presidente foi dúbia.

Quando tratou do "fracasso" na privatização do setor elétrico, "que não dispõe de um modelo claro e competente, indutor de parcerias com o setor privado", FHC também observou que "é só ver as estat?sticas dos investimentos para entender porque vira-e-mexe fala-se em apagão".

E emendou em seguida a frase que o senador julga não ter nexo: "Não o de 2001, conseqüência da má gerência e da falta das águas, mas da falta de investimentos para geração nova de energia."Se a "má gerência" apontada por FHC foi ou não dirigida a seu antecessor imediato, o diagnóstico de José Jorge é outro. "Na realidade, houve uma transição de modelo, do público para o misto, público e privado, durante a qual praticamente não se investiu no setor elétrico. Àquela época, a situação foi agravada pela falta de chuva, o que pode voltar a ocorrer agora.

Basta não chover no Sul e poderemos ter um novo apagão", prevê o senador.