Por Alberto GoldmanDeputado federal (PSDB-SP), vice na chapa de José Serra, na Folha de S.Paulo de hoje Tarso diz que o desencanto de muitos se tornou ódio de classe contra Lula e o PT.

A que classe Lula pertence?

E o PT, que classe representa?

Sob o pretexto de discutir a velha e desprestigiada tese do fim da pol?tica, que estaria de volta em novas roupagens, de direita e de esquerda, o ministro Tarso Genro apresentou um panfleto eleitoral nesta seção no último domingo, dia 3.

Na mesma semana em que o ministro de Lula garante que o governo deu certo, a imprensa noticia: o crescimento do Brasil, o menor entre os pa?ses emergentes; queda na produção industrial; aumento do desemprego; demissão em empresas como Volks e Casas Bahia; investimentos produtivos no per?odo Lula são metade dos do per?odo FHC; a maior carga tributária de nossa história; e a mais alta taxa de juros do mundo.

Tarso Genro escreve: "As objeções ao presidente se originam por terem aparecido erros graves e antigos".

Ele quer dizer que os "erros" -e não crimes- que apareceram são graves, mas antigos, ou seja, que Lula nada tem a ver com isso.

Mas os fatos o contradizem.

No mesmo dia da publicação do artigo, Lula reúne crianças beneficiárias de programas sociais federais na Cidade de Deus para, como retribuição, pedir depoimentos e votos para a sua reeleição.

O ministro tem coragem de dizer que o governo tem compromissos de luta contra a corrupção sistêmica e que nada foi encoberto.

Fala como se fosse poss?vel esquecer que a CPI dos Bingos, que nasceu do episódio da propina pedida pelo sub-chefe da Casa Civil, só foi instalada por imposição do STF e que o governo tentou impedir a instalação e posterior prorrogação da CPI dos Correios pela retirada de dezenas de assinaturas, à custa de favores que hoje sabemos quais são.Leia mais aqui (assinantes Folha e UOL).