Por Otavio Frias FilhoDiretor de Redação da Folha de S.Paulo Numa última cartada, a campanha de Geraldo Alckmin passou a adotar tom mais contundente na tentativa de atingir a imagem de Lula pelo flanco da corrupção.
Logo se verá se a estratégia, um tanto desesperada e talvez tardia, vai ou não reverter o quadro favorável ao presidente.
Se a reversão não acontecer, o que parece mais provável, restará aos especialistas discutir as razões do fracasso eleitoral de Alckmin.
Ao contrário da imagem agora corrente, poucas vezes um candidato presidencial pareceu tão talhado para atender as demandas que as próprias pesquisas identificam no eleitorado.
O eleitor é pós-ideológico, se é que foi ideológico alguma vez.
Quase metade, segundo o Datafolha, prefere a "direita" em vez do "centro" ou da "esquerda" -e revela razoável consciência, mesmo que intuitiva, do que esses rótulos traduzem.
No figurino extra?do das pesquisas qualitativas, o modelo de pol?tico tem virtudes de feitio publicitário. É honesto, trabalhador, experiente, religioso e preparado. É equilibrado, evita extremos, não insulta seus adversários, conhece dados e números.
Ora, Geraldo Alckmin, para o bem e para o mal, cabe exatamente nesse figurino.
Parece, aliás, ter moldado sua personalidade pública com vistas a preenchê-lo.
Foi prejudicado pela imagem de pol?tico insosso que lhe valeu o famoso apelido de "picolé de chuchu".Leia aqui o texto completo (assinantes Folha e UOL).