Por Marcelo RochaDo Correio Braziliense O diretor-geral da Pol?cia Federal, Paulo Lacerda, rebateu ontem as cr?ticas do ex-ministro da Saúde Humberto Costa sobre o relatório da Operação Vampiro.

Em campanha ao governo de Pernambuco, o petista acusa a corporação de agir politicamente às vésperas da eleições, por causa de seu indiciamento.

Costa, que afirma ter sido a primeira autoridade a denunciar irregularidades na compra de hemoderivados, é dos 42 acusados pela pol?cia de participar do esquema.

Ao inaugurar a Delegacia da Imigração no aeroporto de Bras?lia, em companhia de Daniel Sampaio, superintendente da PF no Distrito Federal, Paulo Lacerda negou essa conotação. “Lamento que a operação tenha causado esse efeito.

Mas as nossas ações não podem ser programadas ou evitadas por causa do calendário eleitoral.

Elas ocorrem no seu tempo de maturação.

Se deixássemos de tomar a decisão (de indiciar Costa), ser?amos acusados de omissão???, afirmou.

Ele procurou ainda enfatizar que o esquema dos vampiros no Ministério da Saúde perdurou por mais de dez anos, desde o governo Collor. “Essas quadrilhas começaram nos governos anteriores, continuaram ativas no atual e hoje sofrem combate sem trégua, num trabalho que exige metodologia, firmeza e inteligência???, acrescentou Lacerda.

Segundo o delegado federal, existe corrupção no Brasil desde 1500, quando as primeiras caravelas aportaram aqui.

Nova frente contra “vampiros???

A Pol?cia Federal quer investigar a atuação da máfia dos vampiros na Petrobras e na Infraero.

Ind?cios de que a quadrilha tenha agido nas duas estatais foram reunidos durante o inquérito aberto para apurar as fraudes na compra de medicamentos no Ministério da Saúde.

As informações chegaram ao conhecimento da 10ª Vara da Justiça Federal e da Procuradoria da República no Distrito Federal, que decidirão sobre a abertura de novos inquéritos para que elas sejam apuradas.

A suspeita surgiu a partir do monitoramento telefônico das 42 pessoas acusadas de fraudar licitações na pasta da Saúde, para a aquisição de hemoderivados (produtos derivados do sangue).

As conversas gravadas com autorização judicial revelaram poss?veis combinações com fornecedores para burlar negócios na Petrobras e na Infraero.

A PF descarta o envolvimento de todo o grupo no esquema, mas já identificou alguns deles.

A investigação dependerá do desmembramento do caso - no jargão jur?dico, significa separar do inquérito principal outras frentes de trabalho.

A PF não divulgou detalhes sobre as novas suspeitas, mas um dos fios condutores da investigação poder ser Laerte de Arruda Corrêa, o lobista representante de laboratórios farmacêuticos flagrado em conversas telefônicas com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

Leia mais aqui (assinantes do Correio).