Por João Freire*Jornalista A divulgação dos resultados das pesquisas é a vedete das atuais campanhas.
Tudo gira em torno destes resultados.
Uma parte do eleitorado decide seu voto baseado nas pesquisas.
Não é só isso , elas também pautam as campanhas e podem até abortar candidaturas.
Esqueçam os programas de partido ou governo, as propostas serão baseadas naquilo que o povo pedir respondendo aos questionários das empresas especializadas.
A lógica destas divulgações só leva em consideração se houve queda ou crescimento, o resultado das mesmas permite uma análise bem mais elaborada, mas para a maioria dos meios de comunicação não há tempo a perder e o que interessa é saber se há ou não segundo turno, ou se determinado escândalo derrubou um candidato.
Sou contra a divulgação destes resultados, pelo menos na forma como é feita.
Por exemplo: as manchetes de jornal.
Há uma parcela significativa de pessoas que olham apenas a primeira página , nos sinais ou pendurados nas bancas.
Como se fosse uma corrida de turfe sabemos quem está na frente e quem subiu ou desceu.
Candidato em queda gera menos empolgação no eleitorado, pode gerar até suspensão de financiamentos e por que não , debandada de aliados.
Há na constituição um cuidado para diminuir ao máximo as possibilidades de desvirtuar o voto do cidadão, através de suas campanhas podem os candidatos apresentar-se , propor algo e deixar o julgamento com o eleitor.
Nos resultados de pesquisa nada é proposto, não há movimento pró-ativo dos candidatos nessa exposição, privilegiada , pois ocupa os melhores espaços e horários.
Os pol?ticos se dividem , pois se a manchete vem para o bem é bem-vinda, esquecem que apenas um deles sairá vitorioso.
Há quem argumente que é contra a liberdade de expressão não permitir que sejam veiculados os resultados, mas se há preju?zo para o processo democrático se justifica um maior controle.
Poderia ser reservado um espaço dentro dos jornais, e um per?odo m?nimo antes do dia da eleição para a proibição de resultados de pesquisas nas rádios e televisões, o que vigora hoje em dia é muito curto.
Fundamentalmente que se quebre a partir da qualidade das informações a lógica do voto vencedor, do voto útil.
Um sufrágio não é um reality show onde ganha um candidato.
Caso não tenhamos condições de votar com o máximo de consciência perdemos todos nós. *Jornalista, João Baltar Freire, 29, tem a militância pol?tica no sangue.
Militante do PPS há mais de 10 anos, é filho do deputado federal Roberto Freire, presidente nacional do partido.
Em 2004, foi candidato a vereador do Recife.
Hoje ocupa a função de superintendente de Articulação Pol?tica e Institucional da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco.