Ed?lson, candidato do P-SOL ao governo de Pernambuco, apresentou ontem à noite, no debate da TV Clube, no Recife, um dossiê mostrando que o pai de Mendonça Filho (PFL), o deputado federal José Mendonça Bezerra (PFL), deve, e não paga, cerca de meio bilhão de reais ao Banco do Nordeste.

A denúncia, na verdade, foi toda articulada pela equipe de campanha de Eduardo Campos (PSB).

Nada partiu do P-SOL, de Ed?lson ou de seus assessores.

Aconteceu o seguinte, segundo uma importante fonte ouvida há pouco pelo Blog.

Os socialistas levantaram todo o processo judicial que corre na 1ª Vara Civil de Caruaru contra o deputado José Mendonça, cobrando o pagamento da d?vida.

Com cópias do processo debaixo do braço, socialistas conversaram com outros candidatos a governador para que eles apresentassem a denúncia durante o debate.

Ed?lson Silva foi o único que aceitou.

Ele se convenceu, nas conversas com os emissários de Eduardo, do impacto pol?tico que o dossiê pode ter e aceitou a tarefa como uma jogada eleitoral importante, que interessa ao P-SOL.

Nesse acordo não houve qualquer tipo de acerto compensatório.

Nem financeiro nem de outros tipos.

O P-SOL topou fazer a denúncia como estratégia pol?tica.

O que vem no guia eleitoral class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none">Daqui a pouco, a frente que apóia Eduardo vai dedicar boa parte do guia de deputados federais, logo no in?cio, à apresentação da denúncia, com forte impacto e recursos de marketing.

A idéia, segundo a fonte ouvida pelo Blog, é mostrá-la como algo que foi apresentado pelo P-SOL, investigado e aprofundado pelo PSB ao longo do dia de hoje.

Os socialistas decidiram partir para o confronto direto porque esperavam uma mudança na disputa pelo governo de Pernambuco, depois do indiciamento de Humberto Costa (PT) pela Pol?cia Federal, sob a acusação de envolvimento com a máfia dos vampiros – o superfaturamento de compras no Ministério da Saúde.

Para eles, após o desgaste de Humberto ficou patente que Mendonça Filho buscará polarizar a eleição com Eduardo.

E foi exatamente o que ocorreu no debate de ontem à noite (leia o que publicamos aqui).

Na TV Clube, escolhido para fazer perguntas a outros candidatos, Mendonça optou por inquirir Eduardo e não Humberto.

Ele bateu forte.

Quis saber se o socialista reeditaria a operação dos precatórios (leia abaixo sobre o assunto).

Eduardo devolveu a pergunta com cr?ticas fortes e empulhou Mendonça.

Mais adiante, ao longo do debate, Ed?lson atacou com a denúncia contra Mendonção, o pai.

Deu a deixa para o passo seguinte na estratégia montada pelo PSB, que é a de transformar o processo do Banco do Nordeste num escândalo e desestabilizar a candidatura de Mendoncinha.

Os sinais de que tudo estava sendo preparado Em 9 de agosto, o Blog publicou uma entrevista com o presidente estadual do PSB, Milton Coelho.

Ali, ele já dava os primeiros sinais de que a apuração sobre os débitos de José Mendonça estava em curso.

Leia trecho da entrevista: Qual é a relação de Eduardo Campos, enquanto ministro da Ciência e Tecnologia, com a denúncia de superfaturamento de ônibus?

Isso não faz o menor sentido.

Aqueles que quiserem usar isso na campanha vão ter que provar.

E já estamos escaldados (com ataques pessoais).

Essas forças da União por Pernambuco sempre partem para o ataque pessoal.

De tempos em tempos o poder pol?tico e econômico acumula forças e reproduz a mesma prática: pouco propositiva e com ataques pessoais.

Essas acusações estão tendo uso pol?tico, estão sendo intrumentalizadas.

Estamos assistindo mais uma vez ao uso da mentira na pol?tica.

E quem está mentindo?

Não sei.

Quem usa da mentira já sabe.

O Brasil precisa aprimorar seus mecanismos de controle para coibir irregularidades, como têm sido apontadas a?.

Onde?

No Governo Lula?

Não só no Governo Federal, mas me refiro a tudo a que assistimos até aqui.

Se esses mecanismos de controle fossem mais r?gidos, não acontecia o absurdo de um pol?tico se candidatar sendo um devedor de bancos oficiais.

A quem o senhor se refere?

Falo de uma forma geral.

Na minha concepção, quem deve ao Estado, ao Brasil, não deveria ser candidato.

Isso é tão grave quanto as irregularidades que vimos ao longo desses últimos meses.