O ex-governador acabou falando praticamente todo o último bloco da entrevista na JC/CBN, que se encerrou há pouco, sobre por que a violência é um problema tão grave em Pernambuco.
Do que disse, no que ele tem razão?
De tudo o que utiliza para fundamentar seu discurso sobre o assunto, tem razão quando afirma que o problema da segurança é nacional, precisa ser resolvido de forma articulada em todo o pa?s.
Tem razão também quando fala que a violência é algo generalizado.
Está aqui e em Bras?lia, onde um de seus bairros apresenta ??ndice de Desenvolvimento Humano mais elevado que o da Su?ça.
Mas onde Jarbas erra?
Primeiro, quando, mesmo afirmando o contrário, tenta se eximir de parte da responsabilidade sobre o problema, ao pulverizá-lo numa generalização - a questão nacional.
Segundo, a violência é um drama nacional, mas Pernambuco está entre os três estados mais violentos do pa?s, apesar de ser o 7º em número de habitantes.
Onde falhamos?
Terceiro, só agora, no final da gestão, com toda pressão eleitoral sobre o governo, é que seu ex-vice e candidato à reeleição, Mendonça Filho, começou a adotar medidas mais consistentes no sentido de controlar o crime.
A agenda era outra, eis a razão A agenda de Jarbas nos dois mandatos dele foi outra: a da requalificação da infra-estrutura econômica e recuperação do poder de compra do Estado.
Para essa agenda se voltou toda a máquina e a capacidade de elaboração técnica e pol?tica do governo.Uma avaliação dos sucessos e fracassos das administrações Jarbas é igual àquela história do copo meio cheio e meio vazio.Os otimistas só querem ver o meio cheio, as importantes obras de infra-estrutura econômica e reforma administrativa.Mas a sociedade deve se preocupar - e cobrar - com a metade vazia, aquela metade dos resultados t?midos na segurança púlbica, por exemplo.Essa metade ainda precisa ser conquistada.
Só assim o Estado avança.A outra parcela, a cheia, de claros sucessos, já foi incorporada ao patrimônio da população.