Por várias vezes, Humberto Costa bateu na mesa e, exaltado, demonstrou indignação.
Ao lado dele, a cúpula da coligação que o apóia - João Paulo (PT), Luciano Siqueira (PCdoB), Armando Monteiro Neto (PTB) e S?lvio Costa (PMN) - fez discursos defendendo-o e garantindo que a campanha não será atingida pelo indiciamento.
Todos buscaram mostrar que Costa chegará ao segundo turno na disputa pelo governo de Pernambuco.
Agora, algumas correções sobre o que publicamos abaixo e mais algumas análises sobre o impacto do que foi anunciado: O inquérito da Pol?cia Federal que gerou o pedido de indiciamento de Humberto Costa não foi reaberto, como dissemos.
Ele é um novo inquérito surgido a partir do primeiro, iniciado em 2004, quando estourou a Operação Vampiro.
Finalizado, o Ministério Público pediu novas diligências a partir de informações de todas as pessoas que prestaram depoimento no primeiro inquérito.
As novas diligências deram origem a um novo inquérito, que foi conduzido pelo delegado especial da PF Marcelo Moselli.
Crimes pelos quais Humberto terá que responder Marcelo Moselli concluiu o inquérito dele há cerca de 20 dias.
Humberto Costa tomou conhecimento das conclusões há dez.
Moselli pede o indiciamento de Humberto por três crimes: formação de quadrilha; corrupção passiva; e fraudes em licitações.
A estratégia da entrevista de hoje Com a entrevista de hoje, Humberto pretende resolver uma série de problemas que surgiriam a partir da divulgação do indiciamento.
O inquérito de Marcelo Moselli já vazou para a imprensa e pode ser divulgado com destaque na revista Veja desta semana.
Ao anunciar seu próprio indiciamento, Humberto conseguiu mudar a forma com que o assunto seria tratado na imprensa de Pernambuco e nacional.
Se ele não tivesse falado hoje, nos próximos dias a not?cia surgiria com força de denúncia.
A defesa dele ocuparia espaço secundário nas reportagens e Humberto passaria dias dando explicações sobre o assunto.
Agora há pouco, depois da entrevista, a assessoria do ex-ministro disse que a partir de agora ele só fala sobre o assunto na Justiça.
Com isso, evita passar dias dedicado à preparação de notas à imprensa e explicado para, por exemplo, aliados e cabos eleitorais o que está acontecendo.
O discurso de defesa dele, após a entrevista, ganha as ruas.
Com a antecipação, conseguiu também entrar nas reportagens muito mais como v?tima do que como réu.
O movimento dele facilita a defesa.
Aparece como uma demonstração a mais de que é inocente; que, por isso, ele próprio fez questão de falar no assunto; e que não teme ser investigado.
Para você ter uma idéia de como essa estratégia está dando resultados na imprensa, leia aqui o que a Agência Estado acabou de publicar.
Todos esses movimentos, porém, apenas atenuam os preju?zos que Humberto deve ter.
Com certeza, o pedido de indiciamento dele estará em breve no guia eleitoral.
Agora é esperar para ver como isso vai repercutir nas pesquisas eleitorais, nos próximos dias.
Humberto divide com Eduardo Campos (PSB) o segundo lugar na corrida pelo Palácio das Princesas, atrás do governador Mendonça Filho (PFL), que disputa a reeleição.
Veja aqui os resultados da última pesquisa Ibope.