O ex-presidente da Câmara dos Deputados, principal nome do Partido Progressista em Pernambuco, não apareceu hoje nem vai aparecer qualquer dia no guia eleitoral.
Há um acerto para que ele fique fora da propagada na TV e no rádio.
Severino renunciou ao mandato e à presidência da Câmara 11 meses atrás.
Foi obrigado a fazer isso depois da denúncia de que recebia mensalinho de Augusto Buani, empresário dono de restaurantes em funcionamento no Congresso.
Buani acusou Cavalcanti de cobrar propina para garantir a renovação dos contratos que tinha com a Câmara.
Deixou insustentável a permanência do deputado pernambucano em Bras?lia.
Ele agora está na aliança que sustenta Eduardo Campos, candidato do PSB ao governo de Pernambuco.
Mas está entre o Recife e o interior, em algum lugar à procura de votos.
Não esperem vê-lo em qualquer palanque, f?sico ou eletrônico.
Desgastado, poderia prejudicar Eduardo, apesar da expectativa de que volte ao Congresso com uma boa quantidade de votos.
A assessoria de Eduardo nega qualquer acerto para tirar Severino do guia.
Diz que a decisão sobre quem entra ou não, por quanto tempo e em quais dias é decisão que cabe a cada um dos partidos, não à coordenação geral da campanha.
No comitê de Severino, a informação é semelhante.
A assessoria dele explica que foi o próprio ex-deputado quem abriu mão do guia eleitoral.
Severino acha que TV e rádio não são necessários à reeleição dele.
Após 40 anos de vida pública, já se considera suficientemente conhecido para não depender disso.
Ele espera ganhar a eleição nas ruas, com um time amplo de cabos eleitorais no interior – incluindo aqueles pagos por meio de cargos comissionados que ainda controla na Câmara.
Severino, porém, fez uma exigência.
Pediu que a filha, a deputada estadual Ana Cavalcanti, tivesse um tempo maior no guia.
Ela precisa mais, visto que concentra sua campanha na Região Metropolitana do Recife.