Por João Freire*Jornalista Sou apenas mais um dos brasileiros que pensam assim, mas com uma diferença.
Para me dedicar à carreira que eu amo sou obrigado a estar filiado a um deles.
Acredito em pessoas e em idéias.
No meu partido estão pessoas maravilhosas, e idéias questionáveis.
O problema é que o mundo não está mais dividido em duas forças, agora mesmo você pode acionar seu mouse e entrar em contato com movimentos, ideais de vida e ideologias que não estão representadas em nenhum partido pol?tico.
Se a democracia é a garantia de voz às minorias não é justo limitar a seis ou sete forças, na melhor das hipóteses, a oportunidade de se fazer representar.
Os partidos pol?ticos só serão realmente fortes quando não for obrigatória a filiação para exercer um cargo eletivo, assim só ficarão em seus quadros aqueles que realmente acreditam em sua doutrina.
Há uma alteração sazonal nas conjunturas eleitorais, compat?vel com a velocidade de mudanças e acesso às informações do mundo moderno, antigos aliados se tornam inimigos, sempre foi assim na pol?tica, só que agora é mais constante e evidente.Até mesmo os grandes partidos têm seus candidatos de aluguel, para compor as chapas ou pelas diferenças e necessidades locais.
A Câmara dos Deputados tem bancadas inter-partidárias para ilustrar a situação, por exemplo, o ex-deputado Eurico Miranda se elegeu pelo Vasco da Gama e integrava a bancada da bola, garanto que pouca gente sabe qual é seu partido.
Não preciso nem falar na bancada evangélica.
Técnicos de gabarito não terão de se filiar para entrar no loteamento de cargos que acontece depois de eleições, forças corporativas não precisarão infiltrar-se ou tomar conta de partidos para ter representantes, movimentos como Greenpeace e MST ganharão mais legitimidade e serão mais facilmente controlados pelo aumento de responsabilidade por participarem diretamente do Estado através de seus representantes, que já estão lá, travestidos de militantes partidários.
Fidelidade partidária não pode ser um dogma, nesta eleição votarei simbolicamente em candidatos de outros partidos, apesar do imenso respeito que tenho pelo meu. *Jornalista, João Baltar Freire, 29, tem a militância pol?tica no sangue.
Militante do PPS há mais de 10 anos, é filho do deputado federal Roberto Freire, presidente nacional do partido.
Em 2004, foi candidato a vereador do Recife.
Hoje ocupa a função de superintendente de Articulação Pol?tica e Institucional da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco.