“Veja a?, João Paulo foi pro guia de Mendoncinha e não foi pro de Humberto???.
A frase, de um cidadão comum, ouvida ontem à noite e analisada em profundidade por marqueteiros até o in?cio da madrugada, dá bem a dimensão dos preju?zos que o guia eleitoral de Mendonça Filho (PFL) pode causar à candidatura de Humberto Costa (PT) ao governo de Pernambuco.
Mendonça utilizou no programa imagens do prefeito do Recife, João Paulo (PT), coordenador geral da campanha de Humberto.
Usou também falas do presidente Lula dizendo que Jarbas é um parceiro em Pernambuco.
O v?deo martelou ainda as diferenças entre o Pernambuco de Jarbas/Mendonça e o de Miguel Arraes, antecessor da dupla.
Mostrou que o Estado estava sem rumo, vivia com a auto-estima baixa, havia perdido a liderança econômica no Nordeste.
E, lógico, lembrou aos eleitores que tudo isso foi superado pelo atual governo em duas gestões.
QUAL A ESTRATÉGIA DE JARBAS/MENDONÇA?
O programa de Mendonça foi profundamente analisado ontem, até por volta da meia-noite, por marqueteiros, especialistas e comandos de campanhas.
Todo mundo mergulhou na avaliação de pesquisas qualitativas.
Selecionadas nas ruas a partir de critérios técnicos e sem saber realmente por quem, turmas de cidadãos foram reunidas para assistir ao guia em salas especiais, com paredes de vidro para que suas reações sejam observadas e avaliadas.
As impressões dessas pessoas mostram claramente as conseqüências da propaganda na TV: OS EFEITOS DO GUIA O programa de Mendonça tem impacto imediato maior sobre a campanha de Humberto Costa, mas terá efeitos também sobre a de Eduardo Campos.
O petista centrou toda a estratégia dele na vinculação a Lula.
Essa estratégia perde força agora porque o eleitor ficou confuso: Lula não falou hora nenhuma no programa de Humberto.
Falou no de Mendonça, sobre Jarbas.
João Paulo, como disse o cidadão acima durante uma dessas qualitativas, também foi ao programa de Mendonça e quase não apareceu no de Humberto.
Para o eleitor, depois do guia governista, não tem esse negócio de “o meu lado é o de Lula??? e o “o lado de Jarbas e Mendonça é o de Alckmin???.
A tendência é de que isso não cole.
Mendonça também é Lula; Jarbas também é Lula.
EDUARDO QUE SE PREVINA No caso de Eduardo, a disputa também será dur?ssima.
O socialista centrou fogo na herança pol?tica do avô Miguel Arraes, morto há um ano e mais mitificado do que nunca.
Mas o guia de Mendonça reaviva na memória do pernambucano as dificuldades financeiras e econômicas do Estado no per?odo de Arraes.
Não faz isso associando o caos ao mito.
Como todos estão dizendo por a?: “Em mito não se bate???.
Os governistas simplesmente utilizam o termo “governo passado??? para falar de herança maldita. É a senha para o que vem por a?: artilharia pesada contra Eduardo, que, este sim, será associado ao caos, apontado como responsável pelo que houve de ruim, visto que assumiu postos-chave no governo Arraes (foi secretário de Governo e da Fazenda).
Humberto e Eduardo vão precisar fazer profundas mudanças de estratégia.
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