Em pol?tica, quase tudo tem um ritual.
E responder a ataques tornou-se o clichê dessa máxima.
Um governador jamais responde a um deputado.
Manda outro deputado ou, se deseja tratá-lo com desdém, um vereador ou alguém de 2º escalão.
Quando quer desqualificar um concorrente ao governo, por exemplo, delega a tarefa a um secretário.
Dessa maneira, evita se colocar no mesmo n?vel do adversário.
O clichê repetiu-se com o marqueteiro Antônio Lavareda.
Mandou um de seus auxiliares, o jornalista Fernando Veloso, dar as respostas às cr?ticas de José Roberto Berni.
As respostas são também reveladoras, assim como as declarações do demitido.
Ansioso por desqualificar Berni, Velozo chega a dizer - e é dif?cil acreditar nisso - que a escolha da figura mais importante do guia eleitoral do governador Mendonça Filho (PFL) foi feita sem muito critério. À entrevista: “Ele saiu porque não estava funcionando???
Do Jornal do Commercio Procurado pelo JC, Antônio Lavareda sequer se dispôs a ouvir as declarações de Berni.
Rapidamente indicou o jornalista Fernando Velozo para responder em seu nome.
E ainda sugeriu que se buscasse explicações com o publicitário Antônio Melo, que confirmou, conforme informou Lavareda quando sugeriu que ele fosse ouvido, ter indicado Berni.
Abaixo, as explicações de Velozo.
JORNAL DO COMMERCIO - Como se deu a demissão de José Roberto Berni?FERNANDO VELOZO - O cara da empresa dele foi quem o comunicou.
Ele não falou de Antônio Melo?
Ele não foi contratado por Lavareda.
Lavareda contratou a Pública, uma empresa de um conhecido publicitário nordestino Antônio Melo, que hoje está em São Paulo.
Ele que mandou a equipe com Berni e outras pessoas.JC - Ele vinha sendo cobrado por alguma coisa?VELOZO - Não tem divergências de linha de campanha.
Apenas se percebeu claramente que ele não entrava em sintonia.
E Lavareda é quem dirige o marketing da campanha, só isso.
JC - Onde faltava sintonia?VELOZO - Essa história de ele dizer que Lavareda o colocou para ele ser pau mandado é uma bobagem, negócio de ego.
Campanha como qualquer outra coisa tem uma estrutura.
Para o editor de pol?tica do Jornal do Commercio há uma hierarquia.
Se ele não quiser cumprir, não vai ser editor, apenas isso.JC - Então Berni desrespeitou uma hierarquia?VELOZO - É o trabalho, não é hierarquia.
O trabalho dele não estava andando.
Você quer dar uma importância a Berni que ele não tem.
Nós temos uma produtora com 60 profissionais.
Toda campanha há uns três ou quatro que a gente traz para reforçar.
Que importância tem isso?
Se não funciona, troca.
Leia aqui a entrevista completa (assinantes JC e UOL).