Vice-presidente da CPI das Sanguessugas, o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) disse que vai pedir a abertura de sindicância no Ministério da Ciência e Tecnologia para apurar a liberação de recursos, em nome dele, para projetos de inclusão digital do deputado Maurício Rands (PT-PE).
Jungmann confirmou ter destinado duas emendas, uma no valor de R$ 800 mil, outra de R$ 100 mil, para inclusão digital – programa apontado como novo foco de superfaturamento de veículos fornecidos pelo esquema das sanguessugas.
Mas o deputado garante que jamais soube do pagamento dessas emendas.
E passou a tarde mobilizando assessores para descobrir o que ocorrera.
Chegou à conclusão de que as emendas dele e as de Maurício Rands foram registradas numa mesma rubrica.
Ocorre que pagaram R$ 438 mil dos projetos de Rands.
Mas nos registros oficiais esse dinheiro está creditado às emendas de Jungmann.
Meus projetos destinavam-se a entidades e não às prefeituras beneficiadas???, revelou, indignado e perplexo.
O que aconteceu, segundo ele, foi o seguinte: Na época em comandava o Ministério da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos (PSB) distribuiu uma carta no Congresso Nacional, segundo Jungmann, estimulando os parlamentares a destinarem emendas ao programa de inclusão digital.
A carta informava que as emendas destinadas ao programa não seriam contingenciadas.
Seriam todas pagas.
Imediatamente, Jungmann, que é da oposição, viu ali a oportunidade de conseguir recursos para projetos em suas bases, em Pernambuco.
Em geral, o governo dificulta a liberação de dinheiro para emendas dos adversários.
Inicialmente, diz Jungmann, os recursos foram empenhados.
Depois os empenhos teriam sido cancelados.
E o deputado nunca mais tinha tido notícias das emendas.
Achava que elas haviam sido ignoradas.
Hoje, quando o Blog publicou a lista dos parlamentares pernambucanos que destinaram emendas para inclusão digital, soube do destino das suas.