Presidente estadual do PFL, o deputado André de Paula responde aqui às cr?ticas dos presidentes estaduais do PT e do PSB, Dilson Peixoto e Milton Coelho, respectivamente, publicadas, ontem, pelo Blog.
O petista e o socialista acusam os adversários de fazerem uso pol?tico da CPI das Sanguessugas. "Isso é escapismo.
Como disse o próprio Lula, Palocci e Zé Dirceu eram seus irmãos.
Diante disso, nós estamos fazendo uso pol?tico?", disparou André de Paula.
Em entrevista a Cec?lia Ramos, repórter do Blog, o deputado também comenta - demonstrando al?vio e cautela – a desistência do deputado federal Marcos de Jesus de disputar a reeleição.
Jesus responderá a processo na Câmara por envolvimento na máfia das sanguessugas.
Sobre a sucessão estadual, André de Paula garante que o seu candidato ao governo de Pernambuco, Mendonça Filho (PFL), "vai avançar muito mais". "Digo, com tranqüilidade, que a campanha de Mendoncinha começa sua trajetória de ascensão agora".
Como a coligação União por Pernambuco, do governador-candidato Mendonça Filho (PFL) vai lidar com as denúncias da CPI das Sanguessugas contra os adversários Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB)?
O nosso foco não será esse.
A parte propositiva é prioridade na nossa campanha.
O foco é mostrar nossa representatividade, união e, sobretudo, mostrar como Mendonça Filho já é excepcionalmente preparado para a função (de governador).
Vamos explorar isso.
Agora é evidente que numa eleição tem também o debate pol?tico.
E quando você tem um candidato à reeleição, é óbvio que esse debate também se dê em cima dos desvios de natureza ética, de escândalos feitos por um governo.
Os escândalos que envolvem o governo Lula transformaram o Congresso numa delegacia.
Vamos, sim, abordar isso, mas sob uma ótica do que o nosso candidato pode mudar.
Mas isso (os escândalos) não será a bandeira principal da nossa campanha. "Marcos de Jesus merece minha confiança" O deputado federal Marcos de Jesus (PFL) está na lista dos 72 parlamentares envolvidos na máfia das sanguessugas.
Isso é um balde de água fria no ataque dos aliancistas contra a oposição?
Não… não é assim.
Não é essa a questão.
Hoje eu recebi Evandro Garla (nome indicado pelo bispo Edir Macedo para substituir Marcos de Jesus no pleito) na condição de candidato a deputado federal.
Vou conversar novamente com Marcos amanhã.
Ele já me antecipou que foi uma decisão dele e da Igreja (Universal) não disputar a eleição.
Ele vai se dedicar às atividades de pastor.
O partido não teve nenhuma ingerência sobre isso.
Mas a sa?da do pastor acabou caindo como uma luva? (Risos) É… (risos)…
Mas eu não sei, não…
Apenas eu recebi a informação (o comunicado da sa?da) e processei.
Essa é uma decisão pessoal.
Isso cabe apenas respeitar e acatar.
Não quero fazer nenhuma consideração de ju?zo sobre isso.
Reafirmo que o deputado Marcos de Jesus merece minha confiança e vai fazer sua defesa.
O senhor acredita que os adversários de Mendonça Filho vão deixar de fazer uso desse caso na campanha?
Acho pouco provável que usem, até pelo comprometimento deles (dos ex-ministros Eduardo e Humberto, na máfia das sanguessugas).
Além disso, Marcos de Jesus não é mais candidato, não está mais no processo e está fazendo a defesa dele.
Ele está convencido que vai provar sua inocência. "Denunciar por denunciar só traz descrédito" Presidentes estaduais do PT e do PSB, Dilson Peixoto e Milton Coelho afirmaram que os adversários estão fazendo uso pol?tico da CPI das Sanguessugas.
Procede?
Eu acho que isso é, primeiro, escapismo.
Na realidade, o que é fundamental é que o discurso tenha amparo em fatos concretos.
Denunciar por denunciar só traz descrédito para uma candidatura.
Uma denúncia para funcionar do ponto de vista pol?tico precisa ser uma denúncia fundamentada.
No caso dos escândalos envolvendo o governo Lula, não é mais só a denúncia.
Basta voltar à história.
Não foi o PFL que exonerou José Dirceu (o ex-ministro da Casa Civil), Delúbio Soares (o ex-tesoureiro do PT) e companhia…
Como disse o próprio Lula, Palocci (ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci) e Zé Dirceu eram seus irmãos.
Diante disso, nós estamos fazendo uso pol?tico?
Não se trata disso, mas de evidências.
Petistas e socialistas, em Pernambuco, falam em "forças hegemônicas" que teriam interesse em desarticular as candidaturas das esquerdas.
A carapuça serve aos aliancistas?
Na minha ótica, não há força pol?tica ou hegemonia maior que a do Governo Federal.
E ainda mais da forma como eles (os aliados de Lula) utilizam.
Eles aparelharam de forma criminosa os Estados.
Eles leiloaram os Correios e são reincidentes.
Como é que aqui nós poder?amos, diante da tamanha força deles, desarticular qualquer que seja a candidatura?
Jarbas Vasconcelos (ex-governador de Pernambuco e candidato ao Senado pelo PMDB) tem quase oito anos de Governo e não há uma só acusação contra ele, qualquer conduta que a gente precise explicar.
Ao contrário deles, que vão ficar a campanha inteira se explicando, justificando o injustificável.
A União por Pernambuco (PMDB/PFL/PSDB) fez pesquisa para avaliar o impacto das denúncias da CPI das Sanguessugas na sucessão estadual?
Não fizemos.
Estamos avaliando sistematicamente o quadro, mas não de forma especifica.
A oposição tem um discurso afiado e cr?tico contra algumas áreas de atuação do governo Jarbas/Mendonça, como a segurança, saúde e educação.
Os aliancistas estão preparados para a cobrança?
Sem dúvida que nós estamos preparados para debater esses assuntos e quaisquer outros.
E, aliás, esses são assuntos que consideramos fundamentais.
Eu acho que a população vai perceber facilmente que nessas áreas o Governo Jarbas atuou de forma decisiva.
Estamos tranqüilos com esse tipo de debate.
Quem quiser ir por esse caminho, vai se surpreender. "Mendoncinha quer participar dos debates" O senhor defende a participação de Mendonça nos debates entre os candidatos ao Governo?
Ele já faltou ao primeiro, quarta-feira passada, na UFPE…
Eu diria que há uma tendência amplamente majoritária que ele participe, evidentemente guardando as devidas cautelas necessárias, como formato e regras do debate.
O desejo pessoal de Mendoncinha é de participar de todos os debates, mas nós é que estamos com essa cautela, porque entendemos que algumas regras são fundamentais.
Os adversários de Mendonça e alguns analistas apostam que o pefelista chegou ao "teto" nas pesquisas.
Como o senhor avalia?
Diziam que a gente não estaria unido, e estamos; diziam que Guerra (o senador Sérgio Guerra - PSDB) não estaria com Mendonça e ele está; diziam que Mendonça não ia se diferenciar de Jarbas, à frente do Governo, e está se diferenciando; diziam que Mendonça não ia decolar e ele decolou.
Isso tudo sem Jarbas estar na campanha de fato, o que começou a ocorrer mais intensamente agora.
Por isso tudo, digo, com tranqüilidade, que a campanha de Mendoncinha começa sua trajetória de ascensão agora.
Hoje ele tem uma autonomia de vôo e vai aumentar ainda mais com a presença de Jarbas, que tem uma aprovação excepcional nas pesquisas.
Não sou chegado a fazer previsão, mas estou otimista que Mendonça Filho vai avançar muito mais.
Qual será a linha do guia eleitoral de Mendonça?
Não estou acompanhando.
Até onde eu sei, é uma linha propositiva, com prestação de contas, mostrando a importância do projeto dele para Pernambuco e tocar em frente as mudanças.
Até eu, que sou o presidente estadual do partido, não sei qual será o formato do guia nem os autores (dos pol?ticos que gravarão mensagem para Mendonça).
Os depoimentos estão sendo guardados com muita reserva.