Por Fernando CastilhoColunista de Economia do JC Independentemente do desfecho do cumprimento (ou não) da ordem de reintegração de posse do Engenho São João, onde estão 200 fam?lias produzindo absolutamente nada, é preciso entender que esse tipo de evento será cada vez mais freqüente nos próximos meses, com direito a eleições no meio.

Pode-se dizer que a reintegração de posse tornou-se um problema pol?tico entre a PM (que cumpre ordem de agir) e o MST (que compre ordem de reagir) e onde ambos poderiam produzir um confronto catastrófico.

Mas deve-se dizer que, daqui para a frente, esse estresse social será rotina.

E o aproveitamento pol?tico, também.

Tem a ver com a dificuldade do Incra em gerir a tramitação dos processos de desapropriação na Justiça.

Ele agora perde ações e está se inviabilizando como gestor de novos assentamentos.

E a disposição do setor sucroalcooleiro de retomar suas terras.

Porque virou uma questão de estratégia para sua sobrevivência econômica.

Virou uma prioridade reocupar a Zona da Mata de Pernambuco com cana-de-açúcar.

Vale para uma usina isolada e para um grupo como o Votorantim.

O problema é que na região agora estão 14 grupos de movimentos sociais, que lideram 30 mil fam?lias.

O fato novo é a disposição dos donos da terras em brigar por elas.

E todos sabem que a cada assentamento conclu?do, mais fam?lias ficam fora das terras regularizadas.

A falência do nosso modelo de reforma agrária deixou de gerar mais produção.

Agora pode gerar mais cadáveres.

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