Por Mônica CrisóstomoRepórter do JC Embora esteja licenciado de suas atividades profissionais, em cumprimento à legislação eleitoral, o delegado e ex-chefe da Pol?cia Civil, An?bal Moura (PSDB) - que disputa uma vaga na Assembléia Legislativa -, continua freqüentando, rotineiramente, as delegacias da Região Metropolitana do Recife.
Segundo fontes ligadas à Pol?cia, o tucano estaria realizando reuniões pol?ticas com aliados e cabos eleitorais nas sedes dos distritos.
Ontem, depois de receber informações sobre a ida de An?bal Moura à delegacia do Ipsep, a reportagem do Jornal do Commercio esteve no local, constatou sua presença e confirmou a realização de uma reunião entre ele, o titular da delegacia, Ocidir Pote Vale, e pelo menos outras três pessoas.
O candidato, no entanto, negou o caráter pol?tico do encontro. "Fiz uma visita a um policial amigo.
Conversamos e depois fomos almoçar.
Sou ético e decente em tudo o que faço.
Jamais faria campanha dentro de uma delegacia.
O problema é que a minha candidatura está incomodando muita gente e por isso esse tipo de denúncia aparece.
Mas é tudo sem sentido", destacou.
Depois de aproximadamente uma hora e meia de permanência no local, An?bal Moura deixou a delegacia acompanhado do delegado Ocidir - que em 2002 foi candidato ao Senado pelo PAN - e um outro homem.
Os três seguiram no automóvel Honda Civic, de placa KLI 1805, registrado do Detran em nome de An?bal Moura.
Após menos de dois minutos, uma mulher e um rapaz - que carregava vários cartazes dobrados, também deixaram a delegacia.
Nenhum dos dois quis se identificar.
A mulher, no entanto, afirmou que a dupla trabalhava na campanha de An?bal e que teria ido ao distrito para participar de uma reunião.
Ao ser abordado pela equipe de reportagem, visivelmente nervoso, o rapaz deixou um dos cartazes se abrir e a foto de An?bal ficou vis?vel.
Questionado sobre o destino do material de campanha, o rapaz recusou-se a falar e saiu apressado.
O tucano confirmou que tem feito visitas rotineiras nas delegacias da RMR, mas sem caráter eleitoral. "Estou indo conversar com amigos.
Não existe legislação que diga que isso é proibido.
Já disse e repito, não sou nenhuma criança para cometer atos de ilegais, sejam eles eleitorais ou não", sentenciou.