Por IVANILDO SAMPAIODiretor de Redação do Jornal do Commercio Mal começou oficialmente a campanha eleitoral e a Imprensa, como um todo, está sendo acusada, como em vezes anteriores, de ser a responsável pelo mau desempenho de alguns candidatos, tão pobres de votos quanto indigentes de idéias.

A oscilação do desempenho a cada rodada de pesquisa eleitoral, quando uns crescem e outros caem, é vista, sempre, como uma trama maquiavélica para ajudar um candidato em detrimento de outro.

Jogam-se suspeitas sobre os jornais, os jornalistas, os institutos de pesquisa.

Todos, na visão pequena desses inconformados, reunidos numa tenebrosa aliança para proteger quem lidera a intenção de votos, não importa a que partido ou coligação pertença, nem que esta liderança seja temporária e retrate uma realidade de momento. É como se dissessem: "Há Imprensa livre?

Sou contra.

Se não estão com a minha candidatura, estão contra mim".

Tem sido assim a cada pleito – e vai continuar enquanto certos candidatos não amadurecerem como pol?ticos e como cidadãos e continuarem se comportando como pequenos coronéis de fancaria, escondendo-se sob o manto da própria mediocridade.

O Jornal do Commercio está acostumado a isso – a tentativas de intimidação, ameaças veladas, choro pequeno de quem é repudiado pelo eleitorado.

Desde 1987, quando teve seu controle acionário adquirido pelos atuais proprietários, este Jornal, pelos seus diretores e sua redação, e por determinação do seu presidente, vem acompanhando com absoluta isenção cada pleito desde então realizado, testemunhando a alternância de poder, tanto em n?vel municipal quanto estadual e federal, como compete aos regimes democráticos.

Acompanhou a ascensão e queda de Fernando Collor, viu Fernando Henrique derrotar Lula da Silva e ter seu candidato por ele derrotado, cobriu passo a passo cada eleição estadual de Pernambuco e municipal do Recife, com a troca de poder entre as mais diversas legendas e coligações.

E conseguiu, sempre, desagradar a cada facção perdedora, embora durante o processo desagradasse também aos futuros vencedores.

Mas, nenhuma vez, enquanto instituição, nem o Jornal nem os demais ve?culos do Sistema deixaram de se pautar pelo equil?brio, pela isenção, pela seriedade e pela ética, o que não se pode dizer de alguns atores do nosso universo pol?tico, envolvidos em escândalos dos mais diversos tamanhos e feitios.

Patrocinaram lambanças que – entendemos também – em nada ajuda resgata-las e relembrar.

Finalmente, que fique claro de uma vez por todas: o compromisso desse Jornal é com a fidelidade aos fatos, com o respeito aos nossos leitores, com a nossa tradição de informar com isenção, com ética e com honestidade, atributos que nem sempre estão presentes na vida privada de muitos pretendentes a uma carreira na vida pública.