Chama-se Antônio Alves de Souza o ex-assessor de Humberto Costa apontado pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, da Planam, como tendo sido o destinatário de R$ 22.431,38 em hospedagens para ele e outras seis pessoas.

Alves foi chefe de gabinete e secretário executivo de Humberto no Ministério da Saúde.

Continua lá.

Hoje ocupa o cargo de secretário de Gestão Paticipativa.

Vedoin é apontado como o chefe da quadrilha das ambulâncias.

Passou dez diz depondo e dando informações ao Ministério Público, na esperança de conquistar o direito à delação premiada - mecanismo por meio do qual os criminosos conseguem reduzir suas penas em troca de informações sobre os crimes praticados e seus envolvidos.

O empresário diz em determinado trecho do depoimento que pagou os R$ 22 mil em hospedagens e passagens como parte do que gastou em propinas para ver liberados, em 2003, cerca de R$ 8 milhões em emendas parlamentares destinadas à compra de ambulâncias.

Tranqüilo e municiado de informações sobre todas as agendas que cumpriu em 2003, Antônio Alves disse ao Blog, por telefone, de Bras?lia, que não conhece nem jamais recebeu qualquer coisa do empresário Luiz Vedoin. “Repilo com veemência essa acusação.

Não viajei nem nunca me hospedei em nenhum lugar pago por esse esse senhor.

Nem o conheço.

Tenho como provar isso.

Fiz pouqu?ssimas viagens em 2003.

Quase todas a trabalho, registradas aqui no ministério, com diárias pagas”, explica. “Ou alguém usou meu nome ou não sei o que houve”, ressalta.

Alves disse há pouco que não tem ainda uma cópia do depoimento de Vedoin.

Mas vários trechos já circulam entre a imprensa, em Bras?lia.

Segundo ele, os R$ 22.431,38 teriam sido pagos a uma empresa de turismo de Fortaleza.

No depoimento, segundo trechos aos quais o próprio Antônio Alves teve acesso, por meio de jornalistas, o empresário afirma que Humberto Costa teria dito que não poderia liberar os recursos por conta do contingenciamento.

E teria mandado chamar Alves para apresentá-lo.

Antônio Alves nega isso.

Em outros trechos, já divulgados pela imprensa, Vedoin diz que a relação dele com José Airton Cirilo, candidato do PT derrotado ao governo do Ceará em 2002, teria começado por meio de dois intermediários, José Caubi Diniz e Raimundo Lacerda Filho, sobrinho de Cirilo.

Eles teriam oferecido o apoio de Cirilo, como lobista, para a liberação de emendas destinadas à compra de 130 ambulâncias.

Em troca, teriam cobrado 5%.

Antônio Alves garante estar tranqüilo também sobre a liberação dos recursos.

Havia, segundo ele, R$ 19 milhões de restos a pagar de 2002 (governo FHC) destinados a ambulâncias.

O que foi pago, garante, não representou qualquer tipo de exceção.

Foi pago em conformidade com o que previa o decreto de contingenciamento - bloqueio de recursos públicos.