Os números do Vox Populi sobre a disputa presidencial, divulgados com exclusividade pelo JC, mostram como Lula pode realmente fazer a diferença na disputa pelo governo de Pernambuco.
Ele tem pouco menos que a soma dos principais concorrentes ao governo - Mendonça Filho (PFL), Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB).
Está com 66% das intenções de voto.
Os três, juntos, somam 75%.
Quem for identificado como anti-Lula poderá ter dificuldades. É isso o que o PT está tentando fazer com Mendonça.
No sentido oposto, Jarbas e Mendonça procuram evitar que a disputa pelo governo do Estado se contamine com o embate nacional entre Lula e Geraldo Alckmin.
DIFERENÇA CRUCIAL Para Jarbas e Mendonça não interessa federalizar a campanha.
Uma parcela significativa dos eleitores de ambos vota em Lula e não em Alckmin.
Os números mostram isso com clareza.
Alckmin tem apenas 16% - são 50 pontos percentuais menos que Jarbas e 19 abaixo de Mendonça.
Esses eleitores de ambos que não estão com Alckmin, com toda certeza, em sua grande maioria, não votarão em Helo?sa Helena, Cristovam Buarque ou Luciano Bivar.
Votarão em Lula.
Logo, a União por Pernambuco não vai, de forma alguma, se apresentar como anti-Lula.
Pode não ser pró, mas anti, jamais.
VEJA O INTERIOR Lula será um diferencial importante se alguém, Humberto ou Eduardo, conseguir se mostrar e ser visto realmente como o candidato de Lula.
O presidente tem 56% na Região Metropolitana do Recife, onde vive quase metade do eleitorado de Pernambuco (42%).
Mas no Interior Lula caminha para ser consagrado, tem 74% na Mata, no Agreste e Sertão.
Ali estão 58% dos 5,8 milhões de eleitores pernambucanos.
Humberto e Eduardo estão empatados tecnicamente em quase todas as regiões do Interior.
O socialista lidera na Mata.
Mas o petista está em melhor situação porque é majoritário na RMR.
O QUE PODE ACONTECER A disputa está acirrada entre Humberto e Eduardo.
Mendonça mede até os suspiros para não cometer erros.
Portanto, de uma maneira ou de outra, todos três querem ter alguma relação de proximidade com Lula. É isso o que pode confundir o eleitor ou, em palavras mais precisas, desfederalizar a eleição para governador, fazendo com que ninguém em especial seja visto como "O candidato de Lula".
Tal situação seria excelente para Mendonça porque manteria os adversários sem fonte de combust?vel para crescer.
Porém, se o contrário ocorrer e Humberto ou Eduardo for identificado como homem de Lula, complica-se a situação do governador.
Outro fator fundamental será o comportamento do próprio Lula no primeiro e segundo turnos.
Ele já decidiu não se meter, por enquanto, com Humberto e Eduardo.
Cada um vai ter que conseguir sozinho se mostrar como candidato do presidente.
As dúvidas maiores dizem respeito ao segundo turno.
Se ocorrer em Pernambuco, como iria se comportar Lula?
Caso saia vitorioso das urnas, o presidente pode simplesmente decidir não se meter na disputa para garantir uma relação sem conflitos com Jarbas no Senado e no PMDB.
E com Mendonça no governo.
Ele fez isso o tempo inteiro desde que tomou posse, em 2003.
Com o peso que tem no PMDB nacional, Jarbas poderia complicar e muito a situação de Lula.
Poderia, por exemplo, liderar uma oposição agressiva, firme.
Por que não o faz?
Porque não quer, não tem interesse, pouco ganharia.
Veja aqui os números da JC/Vox Populi para governador, senador e presidente.