Eduardo Campos está diferente.

Não é mais o mesmo, aquele do in?cio do ano, quando avançava com desenvoltura sobre a campanha eleitoral e todo mundo dizia que estava vindo com tudo.

Há semanas reduziu o diálogo com a imprensa ao estritamente necessário.

A tensão na coordenação de campanha dele é vis?vel e impressionante.

O clima no PSB tornou-se tão pesado que ficam cada vez mais intensas as especulações sobre uma poss?vel desistência dele da disputa pelo governo de Pernambuco.

O blog vem tentando conversar com Campos há dias. É inútil.

Eduardo está fechado em copas.

A renúncia A tese mais veross?mil que surgiu até agora é a seguinte.

O deputado é presidente nacional do PSB.

Assumiu o posto num processo conduzido pelo avô, Miguel Arraes, meses antes de vir a falecer, em 13 de agosto do ano passado.

Arraes, inclusive, chegou a levar Eduardo ao gabinete de Lula, no Palácio do Planalto, para já apresentá-lo como seu sucessor no comando do PSB.

Mas o partido não é uma ilha de tranqüilidade. É dif?cil manter seus diversos grupos e interesses equilibrados e harmoniosos.

Se Eduardo for derrotado e ficar sem mandato - diz a tese veross?mil -, pode ter dificuldades para sustentar a presidência do PSB e a força que tem nacionalmente.

Esse papel poderia ser assumido pelo ex-ministro Ciro Gomes, que deve sair das urnas como um dos mais bem votados deputados do pa?s.

Ciro é alguém ainda mais próximo de Lula que o próprio Eduardo.

Ele conquistou a confiança do presidente por conta da lealdade devotada ao governo.

Pode, inclusive, ser uma das opções de Lula para sucedê-lo em 2010.

O caminho Eduardo esperava estar melhor posicionado nas pesquisas de intenção de voto.

Nos cálculos que fez, deveria ter ultrapassado Humberto Costa no segundo lugar da sucessão estadual em junho.

Isso não aconteceu.

Pelo contrário, a tendência de crescimento dele pode ter virado.

Entre maio e agora, Humberto ganhou um ponto percentual (tem 22%), Eduardo perdeu 2% (tem 21%).

Renunciar, legalmente, é inteiramente poss?vel.

Nos próximos dois meses, ele pode assumir a vaga de qualquer candidato a deputado federal que venha a desistir.

Já tem até outro Eduardo com o número dele de candidato.

Isso acontecerá?

Não se sabe.

Armando Monteiro também dizia que não renunciaria.

Terminou no palanque de Humberto Costa.

Mas uma coisa é certa.

Essa tese interessa, e muito, mas muito mesmo, aos aliados de Mendonça Filho.

Eles avaliam que boa parte das bases de Eduardo migrariam para Mendonça e não para Humberto, no primeiro ou no segundo turnos.

Já o contrário não aconteceria.

O pessoal dali é ideologicamente mais travado.

Em outras palavras, tem gente graúda, que saboreou o tal pato ao cravo e canela do jantar de R$ 1 milhão, interessad?ssima em ver Eduardo Campos fora da disputa.

Esta eleição promete.