Por pouco não passa despercebida a megaoperação montada pela Secretaria de Defesa Social, na quinta-feira, para prender seis pessoas, um cachimbo de crack, uma trouxinha de maconha e um facão.
Foi tudo feito sob medida para a equipe do guia eleitoral do governador Mendonça Filho.
Para quem não sabe, a segurança pública é, não um calo, mas um grav?ssimo problema do Estado.
Mais de 31 mil pessoas foram assassinadas em Pernambuco nos últimos sete anos e meio.
Toda a sociedade vive um permanente estado de insegurança por falta de medidas eficazes para conter a banalização do crime.
Imagens da pol?cia em ação ajudam no esforço para esvaziar a agenda da oposição contra Mendonça.
Para quem deseja conhecer melhor essa história, segue aqui a coluna JC nas Ruas, escrita por Ciara Carvalho, repórter especial de Cidades do Jornal do Commercio e publicada nesta sexta-feira: ———– Hora do espetáculo Quem viu ontem a megaoperação que a Secretaria de Defesa Social montou, no ar e na terra, para prender seis pessoas deve estar achando que é conversa de trancoso essa história de que falta efetivo na PM para garantir a segurança do cidadão.
Afinal foram deslocados 102 policiais militares, de nove unidades especializadas, para recolher um cachimbo de crack, uma trouxinha de maconha e um facão.
Tinha PM de tudo o que é canto.
Radiopatrulha, Rocam, Cioe, Cipmotos, Cipoma e até Patrulha Aérea.
Todas as siglas que a população queria ver atuando nos sinais de trânsito estavam lá.
Tudo isso para uma hora e vinte minutos de operação.
Mas espetacular mesmo foi o desfecho.
Os moradores não entenderam muito bem o porquê daquilo tudo, mas, quando viram, eis que, lá no alto, surge o helicóptero da SDS e, pouso feito, salta dele o secretário de Defesa Social, Rodney Miranda.
O secretário foi lá ver se a operação tinha sido um sucesso.
Olhou a trouxinha de maconha, conversou com a imprensa e foi embora.
Chegou a 20 minutos do final da história.
Como era uma ação arriscada, desceu de colete à prova de balas.
Mas ele não era o único que estava devidamente paramentado.
Sobrou colete também para o pessoal do guia eleitoral do governador.
A equipe não perdeu uma cena.
Desde a sa?da do comboio da Secretaria de Defesa Social, o cinegrafista acompanhou, imagem a imagem, cada passo dos 102 policiais militares.
Realmente foi coisa de cinema.
Ou de televisão.
No passo do guia A equipe do guia eleitoral do governador suou o colete ontem.
Na megaoperação montada pela SDS, passou por Peixinhos, S?tio Novo, Campo Grande e Campina do Barreto.
O cinegrafista estava em todos os lances, mas a repórter chegou e saiu sem gravar nenhuma entrevista.
Assunto amargo Ontem o secretário Rodney Miranda, começou a conversa com a imprensa avisando: “Falo sobre tudo.
Menos o pres?dio, certo????.
Não adiantou.
O que os repórteres queriam saber mesmo eram os detalhes da queda do diretor do An?bal Bruno e o que será feito das confortáveis su?tes, disfarçadas de celas, que existem por lá.
Santo nome em vão O ex-secretário da SDS, João Braga, nega que tenha bancado um ônibus para levar ao cemitério parentes de um rapaz morto, no Ibura. “Ninguém me procurou, não paguei e desconheço esse fato???, garantiu.
Braga disse que, se usaram o nome dele, foi sem o seu conhecimento e aprovação.